A Casa Branca informou nesta segunda-feira (29) que o presidente Donald Trump não foi informado sobre as supostas recompensas oferecidas pela Rússia às milícias ligadas aos talibãs por matar soldados americanos no Afeganistão.

“Não há consenso na comunidade de Inteligência sobre essas alegações”, declarou a secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany, depois que a oposição democrata no Congresso exigiu um resumo do que Trump sabia e de quando soube.

“De fato, existem opiniões divergentes”, afirmou McEnany, reiterando que o presidente não foi informado sobre a questão explosiva por falta de precisão dos dados.

McEnany disse que os principais líderes do Senado e da Câmara receberiam relatórios sobre o assunto.

Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Representantes e líder dos democratas no Congresso, e Chuck Schumer, líder da minoria democrata no Senado, pediram uma reunião urgente sobre esse esse assunto divulgado pela imprensa.

No entanto, alguns meios de comunicação americanos divulgaram que a reunião contaria apenas com líderes republicanos, e o gabinete de Pelosi disse que não recebeu um convite.

Sem citar as fontes do governo, o jornal The New York Times divulgou que Trump foi informado sobre essas denúncias, que o presidente negou.

McEnany disse que o a Casa Branca “esclarecerá muitos dos relatos falsos do New York Times.

O presidente deixou claro que nunca foi informado sobre o tema.

“Os dados de inteligência são verificados antes de chegarem ao presidente dos Estados Unidos. Nesse caso, não foram confirmados”, afirmou.

– “Comportamento inexplicado” –

O artigo do New York Times, confirmado por vários meios de comunicação americanos e britânicos, revelou na sexta-feira passada que os serviços de inteligência dos Estados Unidos concluíram que uma unidade de inteligência militar russa oferecia recompensas aos militantes ligados aos talibãs para matar tropas americanas que integram a força da coalizão liderada pelos Estados Unidos no Afeganistão.

As recompensas foram supostamente incentivos para atacar as forças americanas, enquanto Trump tenta retirar tropas daquele país devastado pelo conflito, uma das principais demandas dos seus apoiadores, e terminar a guerra mais longa dos Estados Unidos.

Trump negou no domingo ter sido informado sobre este assunto, que trouxe à tona questionamentos sobre sua reticência em confrontar a Rússia.

“Os serviços de inteligência acabaram de me informar que não confirmaram essas informações e, portanto, não as reportaram a mim ou ao vice-presidente”, Mike Pence, escreveu Trump no Twitter.

Segundo dados do Pentágono, nenhum membro das forças armadas dos Estados Unidos foi morto no Afeganistão desde o final de março.

Os talibãs negaram a reportagem e reiteraram que estavam comprometidos com um acordo assinado em 29 de fevereiro com Washington, que abre caminho para a retirada de todas as forças estrangeiras do Afeganistão no próximo ano.

A Rússia também negou as informações do Times, classificando-as de “sem fundamento”.