O manifesto pela democracia articulado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) vazou na tarde desta segunda-feira (30) mesmo com a decisão do presidente da Fiesp, Paulo Skaf de adiar a publicação para depois do dia 7 de setembro. O texto publicado pelo jornal O Globo tem mais de 200 signatários, como Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Fecomércio e Sociedade Rural Brasileira, segundo a reportagem.

A carta que tinha o objetivo de “pacificar” o cenário político e apoiar a democracia, e seria publicada nesta terça-feira (31), se tornou mais um ponto de discórdia depois que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil ameaçaram deixar a Febraban por discordarem do seu conteúdo.

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou a Febraban nesta segunda (30). Segundo Guedes, a federação teria alterado o texto para, além da defesa da democracia, incluir ataques ao governo.

Confira o documento na íntegra:

A praça é dos três poderes

A praça dos três poderes encarna a representação arquitetônica da independência e harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, essência da República. Esse espaço foi construído formando um triângulo equilátero, cujos vértices são os edifícios-sede de cada um dos poderes.

Esta disposição deixa claro que nenhum dos prédios é superior em importância, nenhum invade o limite dos outros, um não pode prescindir dos demais. Em resumo, a harmonia tem de ser a regra entre eles.

Este princípio está presente de forma clara na Constituição Federal, pilar do ordenamento jurídico do país. Diante disso, é primordial que todos os ocupantes de cargos relevantes da República sigam o que a Constituição nos impõe.

As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas. O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer, a gerar empregos e assim possa reduzir as carências sociais que atingem amplos segmentos da população.

Mais do que nunca, o momento exige do Legislativo, do Executivo e do Judiciário aproximação e cooperação. Que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Este é o anseio da Nação brasileira.