Parece carne, tem cheiro, gosto de carne, mas é vegetal. O movimento plant-based ganha adeptos preocupados com o meio ambiente e com a própria saúde a cada ano e deve movimentar US$ 85 bilhões até 2030, segundo estimativas do banco suíço UBS.

O crescimento de alimentos feitos à base de vegetais e que podem substituir os de origem animal cresce também no Brasil. Segundo pesquisa do The Good Food Institute, 49% dos brasileiros reduziram o consumo de carne nos doze meses que antecederam maio deste ano. Se apenas 29% dos brasileiros abandonaram a proteína animal em 2018, em 2020, 47% substituiu a carne de origem animal por legumes, verduras e grãos.

+ IPC-Fipe acelera alta a 1,02% em julho com alimentos e habitação

+ Alimentos abrem o apetite da inflação

A mudança de hábitos alimentares já é explorada pela indústria de plant-based, que faturou US$ 5,6 bilhões globalmente em 2020, com uma previsão de crescimento anual de 15% até 2027, quando deve alcançar a marca de US$ 14,9 bilhões. As informações são do relatório da consultoria Research and Market.

No Brasil, o número de vegetarianos cresceu 75% entre 2012 e 2020, segundo o Ibope. Em 2020, 79 milhões de pessoas se declaravam veganas, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

Parece frango…

A Tindle é uma marca de frango feito com vegetais da startup de foodtech (tecnologia de alimentos) de Singapura Next Gen, que captou um aporte inicial (seed) de US$ 30 milhões em julho deste ano. Os investidores foram a GGC Capital, Bits x Bites, um fundo de tecnologia de alimentos da China, Yeo Hiap Seng, Chris Yeh, Temasek e K3 Ventures.

O financiamento vai impulsionar a entrada da empresa no mercado americano, o maior consumidor de plant-based do mundo. A ideia é fazer frente às líderes do segmento americano, a Impossible Foods e a Beyond Meat. O que chamou atenção do mercado é que o montante captado corresponde a três vezes o valor do investimento inicial da empresa.

Lançado pela primeira vez em Singapura em março de 2021, a Tindle foi fundada por um brasileiro, André Menezes, atual CEO da empresa, e pelo alemão Timo Recker.