O Carnaval deste ano obteve nota 10 no quesito “evolução” da coleta de recicláveis. Pelo menos em algumas localidades. Em Olinda (PE), cerca de 800 pessoas recolheram 120 toneladas de lixo reciclável, mais que o dobro das 53 toneladas do ano passado. Na capital do Estado, Recife, 531 catadores retiraram 31 toneladas, contra 12 toneladas em 2019, segundo a secretaria responsável pela limpeza urbana do município. Vale o registro de que o trabalho proporcionou renda extra aos trabalhadores envolvidos. São Paulo também fez bonito no desfile da sustentabilidade. Durante os quatro dias de festa no sambódromo do Anhembi e também nas ruas por onde passaram os blocos carnavalescos foram coletadas 560,6 toneladas de lixo no total. A Prefeitura não detalhou a quantidade de recicláveis, mas afirmou que todos os resíduos secos (latinhas, papel, papelão, plásticos) serão encaminhados para as centrais mecanizadas de triagem com a finalidade de reciclagem. Esse trabalho, que possibilita reaproveitar material e fortalece a economia circular, não é responsabilidade apenas das prefeituras. Elas receberam apoio de algumas empresas. A Ambev, por exemplo, uniu-se à Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis, à agência MAP, à Boomerang e prefeituras para recolher o lixo dos principais blocos de Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo para auxiliar na coleta dos resíduos a serem reciclados. Parte do material recolhido se transformará em lixeiras que serão instaladas nas ruas das cidades envolvidas. A Novelis e a Ball Corporation apoiaram ação para coleta de resíduo durante as apresentações do bloco Galo da Madrugada em Recife e em São Paulo. Estiveram envolvidos 400 catadores e agentes distribuíram sacolas recicláveis e deram instruções de como descartar os materiais durante a folia.

(Nota publicada na edição 1160 da Revista Dinheiro)