No que seus fundos investem?
Adquirimos condomínios com algumas centenas de apartamentos, algo comum nos Estados Unidos. Os três fundos que gerimos possuem 9 mil apartamentos e abrigam 20 mil locatários. O quarto fundo, que estamos estruturando, deverá comprar 2 mil apartamentos em seis a oito propriedades. Temos propriedades na Carolina do Sul, na Carolina do Norte, no Texas e na Flórida, entre outros estados americanos.

Como funciona?
O fundo é proprietário dos imóveis e cobra aluguel. Fazemos toda a gestão. Cobramos aluguel e cuidamos das despesas operacionais, conservação, imposto territorial e seguro. O que sobra é o líquido, que fica com o fundo e é distribuído trimestralmente aos investidores. Em períodos de três a cinco anos vendemos algumas propriedades, em geral com lucro, e esse ganho também vai para os investidores.

Qual é o investimento mínimo?
No momento nossos fundos estão sediados nas ilhas Cayman, então eles são destinados a investidores qualificados. O investimento mínimo é de US$ 100 mil. No entanto, estamos trabalhando para lançar um fundo no Brasil em parceria com alguma plataforma de distribuição, permitindo que a aplicação mínima seja menor que R$ 50 mil.

Por que investir em imóveis para renda?
Está difícil para os investidores encontrar aplicações rentáveis. Há cerca de US$ 18 trilhões em aplicações globais, títulos americanos, europeus e japoneses, que oferecem juros negativos. O investidor global está procurando não apenas rentabilidade, mas também estabilidade política e legal, algo que é possível encontrar nos Estados Unidos. E o mercado deve permanecer aquecido.

Qual a razão?
A inflação subiu globalmente e os imóveis funcionam como uma proteção natural contra a alta dos preços. Isso valoriza essas propriedades e a classe média tem menos condições de comprar sua casa própria. Nós pensamos que falta de moradia é um problema brasileiro, mas há um déficit de 5 milhões de imóveis nos Estados Unidos e essa escassez aumenta cada vez mais. O aluguel tem se tornado uma decisão permanente de moradia, pois uma casa alugada pode ficar mais perto do trabalho, a pessoa não precisa dirigir, pode ficar em uma região que oferece uma escola melhor para os filhos.

NOTAS

Anbima divulga preços de 600 debêntures

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) está divulgando diariamente os preços de 600 debêntures, o que representa 92,4% das séries desses ativos negociadas no mercado secundário em novembro. A precificação de debêntures segue metodologia própria, a partir da coleta de taxas junto a bancos ativos nesse mercado, e visa aumentar a liquidez desses papéis.

Captação recorde das startups brasileiras

As startups brasileiras receberam US$ 809,9 milhões em novembro, levantados em 55 rodadas de investimento. Com isso, o total investido em 2021 chega a US$ 8,85 bilhões em 677 rodadas. Para comparar, em 2020 foram recebidos US$ 3,65 bilhões, segundo o relatório Inside Venture Capital. As empresas do setor financeiro receberam US$ 311 milhões em aportes. O destaque foi a captação de US$ 150 milhões pela cloudwalk.

JGP lança primeiro fiagro na b3

A JGP, gestora fundada por André Jakurski, ex-sócio do BTG Pactual, e o ministro da Economia Paulo Guedes, lançou na segunda-feira (29) seu fundo de investimento no agronegócio (Fiagro) na B3. Primeiro produto desse tipo da gestora, o fundo investe principalmente em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e em Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (Fidc) indexados ao CDI.

EM ALTA
5% 

Foi o aumento das vendas durante a Black Friday deste ano no e-commerce do Brasil em relação a 2020. No total, as compras movimentaram R$ 4,2 bilhões, de acordo com dados preliminares da NielsenIQ|Ebit. Em termos nominais, se os números forem confirmados, a movimentação de 2021 será a maior desde que a data foi incorporada ao calendário nacional, em 2010. Mesmo assim, o crescimento ficou abaixo do esperado e representa queda em termos reais.

EM BAIXA
9%

Foi a queda no número de pedidos durante a Black Friday deste ano no e-commerce do Brasil em relação a 2020, ficando em 5,6 milhões, de acordo com dados preliminares da NielsenIQ|Ebit. Já para a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a Black Friday em 2021 deve movimentar R$ 3,93 bilhões, o que representa queda de 6,5% quando considerados os valores corrigidos pela inflação. Se confirmados os números, será o primeiro recuo desde 2016.