Infectologistas ouvidos pelo Estadão dizem que o relaxamento da quarentena em São Paulo deve ser feito de forma gradual, acompanhando os números de infecção e óbitos para definir se o processo deve ser aprofundado ou suspenso. Para especialistas, é essencial monitorar esta contabilidade nas próximas duas semanas. Entre os dias 2 e 8, a cidade teve 177 mortes.

Segundo dados da Prefeitura, ainda em atualização, de 8 de maio a 8 de junho houve 2.210 óbitos por covid-19, segundo a data em que ocorreu a morte. O pico no período foi em 8 de maio, quando houve 114 óbitos. Desde o início da pandemia, foram registrados 4.588 óbitos suspeitos, 485 deles este mês. A confirmação de diagnósticos, porém, tem atrasado por dificuldades de testagem.

“Pelos dados que tenho visto no Estado, a situação está estável nos últimos dez dias, sem diminuição de óbitos e casos. Na minha opinião, a gente deveria aguardar um pouco o declínio dos números”, diz o professor de Saúde Pública da USP Eliseu Waldman. O Estado assiste ao avanço da pandemia no interior e teve recorde de óbitos (334) confirmados nesta terça-feira.

Celso Granato, diretor clínico do Fleury, diz que a reabertura tem de ser de forma estudada, com foco em dados levantados por região. “É preciso monitorização, não é coisa de curto prazo. Uma liberação com conforto provavelmente só deve ocorrer em muitos meses.”

A Prefeitura enfrenta dificuldades para manter protocolos sanitários, como fazer com que ônibus circulem só com passageiros sentados. A gestão Covas tem dito que a cidade ampliou a estrutura de saúde e pode alugar leitos privados, se preciso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.