Há uma expressão em inglês que resume bem a prática de se manter a coerência entre o discurso vocalizado e as ações adotadas no dia a dia: walk the talk. É neste caminho que as gestoras de investimento estão evoluindo quando o assunto são boas práticas ESG (ambiental, social e governança).

Em recente levantamento com 123 gestoras nacionais e internacionais, a XP identificou que o nível de maturidade das entrevistadas saltou nos últimos três anos. Ao lado de alguns avanços significativos, porém, há áreas em que ainda há muito a ser feito. No primeiro caso, responsabilidade ambiental.

Atualmente, 85% das gestoras afirmam considerar adoção de práticas sustentáveis como primordial para o gerenciamento de risco e performance do negócio. Metade delas possuem programas de capacitação em investimento responsável (IR).

Já quando o assunto é a agenda social o problema é grande: a maior parte do grupo (74%) apontou que a participação de mulheres no quadro de sócios é inferior a 25%. Sendo que 23% não possuem mulheres como sócias. Mesmo em governança o caminho até a excelência é longo: menos da metade (42%) das gestoras divulgam documento formalizado sua abordagem de IR e apenas 24% publicam relatório de sustentabilidade ou equivalente.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1257 da Revista Dinheiro)