O presidente da seguradora Brasilprev, Eduardo Bom Angelo, passou os últimos sete meses produzindo uma cartilha de regras e métodos para sua equipe elaborar os produtos destinados aos 750 mil clientes da companhia. A intenção era evitar desperdício de dinheiro e tempo na gestão do conhecimento acumulado nos últimos anos pela seguradora. A padronização surtiu efeito no primeiro momento, mas nas últimas semanas Bom Ângelo percebeu algo errado. Vários projetos em andamento fugiam às normas impostas meses atrás. ?Evitamos que seguissem adiante, mas mesmo assim houve consumo de energia e dinheiro?, diz o presidente da Brasilprev, que tenta uma saída para impedir novos buracos no futuro. O que ele procura desembarca no País até o final de março.

A empresa israelense Entopia prepara-se para traduzir para o português o software utilizado pela Marinha dos Estados Unidos, o Ministério de Defesa da França e o fabricante de chips Intel. Essas organizações apostaram no programa que combate um mal que aflige companhias em todo o mundo: a dispersão de informações e conhecimento dentro do ambiente corporativo. O software facilita a busca de arquivos nas redes internas de computadores com recursos de inteligência artificial e análise semântica de documentos. A companhia dona do programa fez um acordo com a brasileira WG Systems que será a representante no País. ?O produto entende a dinâmica das informações dentro do ambiente empresarial?, afirma Leonardo Azevedo, diretor da WG.

Azevedo cita o exemplo de uma companhia multinacional da área de telecomunicações que há dois anos iniciou um processo de reestruturação. Dos 2 mil empregados da época restam apenas 500. Atualmente a busca por um simples memorando ou planilha de custo pode levar de dois a três dias porque ninguém sabe em qual ponto da rede o arquivo se encontra. A tarefa precisa ser feita manualmente. Essa companhia será a primeira cliente do Entopia no Brasil. ?A localização ocorre em tempo real porque todos os arquivos gerados na rede ficam em um repositório de informações centralizado?, afirma Biddy Hughes, diretora do Entopia nos Estados Unidos. Há também uma versão na internet onde é possível cadastrar as fontes externas que são checadas regularmente na qual as informações são extraídas para o depósito central de dados.