RIO DE JANEIRO (Reuters) – Elza Soares, uma das cantoras mais reverenciadas do samba brasileiro, morreu em sua casa no Rio de Janeiro nesta quinta-feira, aos 91 anos.

Ela morreu de causas naturais, informou sua assessoria de imprensa.

Nascida em uma favela do Rio de Janeiro, filha de lavadeira e de um operário em 1930, Elza saiu da pobreza para gravar 36 álbuns e se apresentar na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio em 2016.

Sua voz rouca tocou o público em todo o mundo em apresentações de músicas que abordavam as dificuldades da vida no Rio, justiça para as mulheres e o racismo na sociedade brasileira.

Ela se tornou uma feroz defensora do feminismo negro e uma ativista contra a violência contra as mulheres.

“O racismo continua, mas vamos combatê-lo e vamos progredir. O racismo é uma doença”, disse Elza à Reuters em entrevista no ano passado.

Em 1966, ela se casou com o astro do futebol Mané Garrincha, atacante que ajudou o Brasil a vencer as Copas do Mundo de 1958 e 1962 junto com Pelé.

O tumultuado relacionamento de 17 anos terminou quando Elza Soares deixou Garrincha depois que ele a agrediu durante uma discussão. Ele morreu de cirrose em 1983. Ela morreu no mesmo dia 39 anos depois.

(Reportagem de Sergio e Ricardo Moraes)

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