O veterano diplomata norte-americano William Burns, indicado pelo presidente Joe Biden para chefiar a CIA, prometeu na quarta-feira (24) deixar a agência fora da política e indicou que vai concentrar sua atenção na China se for confirmado para o cargo.

Burns foi escolhido por Biden para substituir Gina Haspel, que está se aposentando, e restaurar a independência da agência de inteligência depois que o ex-presidente Donald Trump supostamente tentou manipulá-la por motivos políticos.

Falando ao comitê de inteligência do Senado, Burns disse que sua carreira diplomática no Oriente Médio e na Rússia o fez apreciar o valor das informações originais.

“Aprendi que uma boa inteligência, entregue com honestidade e integridade, é a primeira linha de defesa da América”, disse ele.

“Aprendi que os profissionais de inteligência têm que dizer aos políticos o que eles precisam ouvir, mesmo quando não querem ouvir”. “E aprendi que a política deve parar onde começa o trabalho de inteligência”, acrescentou.

Biden “quer que a agência se reporte diretamente a ele”, disse Burns. “Eu prometi fazer isso e defender aqueles que fazem o mesmo”.

O diplomata disse que a China é o primeiro desafio que os Estados Unidos enfrentam, o que reflete posições já expressas pelo próprio Biden e por funcionários do seu governo.

Embora os Estados Unidos possam cooperar com a China em questões fundamentais, como a não proliferação de armas nucleares, o gigante asiático é um “adversário formidável e autoritário”, declarou.

A CIA em particular enfrenta desafios. A China recrutou muitos diplomatas e espiões americanos há mais de uma década e, ao mesmo tempo, derrubou a rede de informantes da agência de espionagem em seu território.

Burns indicou ainda que a batalha pela superioridade tecnológica, incluindo o uso da inteligência artificial, será outro ponto chave da sua missão.

Se confirmado pelo Senado, Burns será o primeiro diplomata de carreira a liderar a CIA. Ele é um especialista em assuntos de segurança e inteligência depois de mais de três décadas no serviço de relações exteriores dos EUA, durante o qual foi embaixador na Rússia entre 2005 e 2008.