O câncer de mama é o que mais atinge mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos estimados em 2020, segundo o Ministério da Saúde do Brasil. É também a causa mais frequente de morte por tumor entre as mulheres, com cerca de 684.996 óbitos apenas no ano passado.

Um estudo divulgado pelo jornal britânico The Guardian, mulheres abaixo dos 35 anos com diagnóstico de câncer de mama correm maior risco de sofrer metástase (tumor se espalhar). Na pesquisa, foram analisados mais de 400 estudos com dados de dezenas de milhares de mulheres em mais de 400 estudos da América do Norte e do Sul, Europa, África, Ásia e Oceania.

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Como mostra o The Guardian, as descobertas sugerem que as chances de o câncer de mama se espalhar para outra parte do corpo variam de 6% a 22% e que certas mulheres enfrentam um risco aumentado, incluindo as com menos de 35 anos diagnosticadas com o tumor.

“Os dados mostram que pessoas com diagnóstico de câncer de mama primário com 35 anos ou menos têm maior chance de desenvolver o tumor secundário. O estudo também destaca que o tamanho do câncer, o tipo e o tempo decorrido desde o diagnóstico primário podem impactar o risco [de metástase]”, afirma Kotryna Temcinaite, gerente sênior de comunicações de pesquisa da ONG britânica Breast Cancer Now, em entrevista ao jornal.

A análise que será apresentada na conferência sugere que o risco geral de metástase para a maioria das pacientes com câncer de mama está entre 6% e 22%. De acordo com os pesquisadores, citados pelo periódico britânico, a variação é alta porque o risco depende de uma série de fatores.

Por exemplo, mulheres diagnosticadas pela primeira vez com o tumor quando tinham menos de 35 anos possuem risco de o tumor voltar e sofrer metástase entre 12,7% e 38%, enquanto mulheres com 50 anos ou mais têm de 3,7% a 28,6% chance de sofrer o mesmo problema.

“Isso pode ser devido às mulheres mais jovens terem uma forma mais agressiva de câncer de mama ou porque estão sendo diagnosticadas em estágio avançado. A maioria das mulheres é diagnosticada quando o câncer está confinado à mama ou se espalhou apenas para os tecidos próximos. Mas, em algumas delas, o tumor crescerá e se espalhará para outras partes do corpo ou voltará numa região diferente anos após o final do tratamento”, explica a médica Eileen Morgan, da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, em conversa com o The Guardian.