SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil recebeu habilitação do Canadá para os três primeiros frigoríficos que poderão exportar carne suína ao país, sendo dois da Seara Alimentos e um da Cooperativa Central Aurora, disse nesta quarta-feira a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) com base em informação passada pelo governo federal na véspera.

As plantas da Seara, da JBS, estão localizadas em Itapiranga e São Miguel do Oeste, e a da Aurora em Chapecó, todas em Santa Catarina.

“A habilitação destas primeiras plantas vem em um momento importante para o setor produtivo, diante das dificuldades enfrentadas com as altas dos custos de produção e a necessidade de incrementar as vendas internacionais de carne suína”, disse em nota o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Em maio, as exportações brasileiras da proteína (considerando produtos in natura e processados) alcançaram 89,3 mil toneladas, volume 12,4% menor no comparativo anual, conforme dados da associação. A receita caiu 19,3% no período, para 204,3 milhões de dólares.

O setor foi afetado pela recomposição do rebanho chinês após anos de baixa oferta motivados pela peste suína africana. Agora, China segue como o principal comprador do Brasil, mas somente em maio diminuiu em 49,6% as importações, para 27,3 mil toneladas.

Segundo Santin, há expectativa de que, em breve, novas plantas sejam habilitadas pelo Canadá.

Embora seja o terceiro maior exportador global de carne suína (em 2021, o país exportou 1,5 milhão de toneladas), o Canadá também é um comprador relevante no mercado internacional. Em média, o país importa 250 mil toneladas anualmente.

De acordo com a ABPA, os produtos embarcados pelo Brasil serão de alto valor agregado, especialmente barriga e costela.

(Por Nayara Figueiredo)

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