O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que, nas reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) esta semana em Washington, foram discutidas as mudanças estruturais na demanda com a pandemia de covid-19, com o aumento de consumo de bens em substituição aos serviços e qual é a persistência desse fenômeno.

“Há esse entendimento agora de que estamos vivendo um deslocamento da demanda. Não há um problema na oferta, apenas em alguns produtos. A questão é quanto tempo esse deslocamento temporário de demanda irá durar. Achamos que vai durar mais o deslocamento da demanda. E deve ter implicações para Brasil e o que faremos em termos de política monetária.”

Campos Neto também disse que pouco se falou no FMI sobre as consequências do aumento do endividamento dos países provocado pela covid-19.

“Poucas pessoas no FMI falaram sobre o endividamento. Não falaram sobre as consequências disso. Com as baixas taxas de juros e a longa duração, o nível de endividamento dos países merece mais atenção”, considerou.

Campos Neto participa de evento online organizado pelo Goldman Sachs, nesta sexta-feira, 15.