A fabricante de equipamentos de natação Speedo encerrou seu contrato de patrocínio com o nadador duas vezes medalhista de ouro olímpico Evgeny Rylov depois que o russo participou de um comício organizado pelo presidente russo Vladimir Putin.

Rylov, que conquistou o ouro nos 100 e 200 metros costas nos Jogos Olímpicos de Tóquio do ano passado, estava entre os oito principais atletas russos que subiram ao palco em Moscou na semana passada, segundo o jornal russo Novaya Gazeta. A manifestação comemorou o oitavo ano da anexação da Crimeia pela Rússia – que é considerada ilegal pelo governo ucraniano e não reconhecida no Ocidente.

+ Zelenskiy diz que negociações com Rússia são difíceis, e às vezes conflituosas

“Após sua presença no Estádio Luzhniki em Moscou no fim de semana, a Speedo pode confirmar que encerrou o patrocínio de Evgeny Rylov com efeito imediato”, disse a empresa em comunicado à rede CNN americana. “Condenamos a guerra na Ucrânia da maneira mais forte possível e nos solidarizamos com o povo da Ucrânia, nossos atletas e nossos companheiros de equipe que foram impactados pelo conflito”.

Rylov, de 25 anos, competiu em Tóquio como parte do Comitê Olímpico Russo devido à proibição da Rússia de grandes competições esportivas internacionais por descumprimento de doping.

De acordo com fotos compartilhadas em redes sociais, Rylov usou suas medalhas olímpicas no evento com o presidente russo. Ele também ostentava a letra ‘Z’ em sua roupa – uma letra usada pelas forças russas como um símbolo de identificação em seus veículos na Ucrânia após a invasão russa ‘do país. Alguns apoiadores da guerra na Ucrânia também exibiram o símbolo.

Em um comunicado, a Federação Internacional de Natação (FINA) – órgão que rege a natação mundial – disse: “A FINA está profundamente desapontada ao notar os relatos sobre a aparição de Evgeny Rylov no Estádio Luzhniki durante o eventi de sexta-feira. Estamos investigando o assunto ainda mais.”

A FINA é um dos poucos órgãos de governo esportivo que ainda permite que atletas russos e bielorrussos compitam como neutros, apesar das recomendações do Comitê Olímpico Internacional (COI) para uma proibição total.