No dia 10 de dezembro de 1948, era concluída a assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU) que aprovava a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em razão deste episódio histórico, na data passou a ser celebrado em diversos países o Dia Internacional dos Direitos Humanos, voltado a chamar autoridades e a sociedade a pensar sobre a importância dessas garantias e como concretizá-las.

A declaração foi aprovada no contexto do fim da 2ª Guerra Mundial, que terminou com o extermínio de milhões de pessoas durante o regime nazista. Em 30 artigos, o documento afirma que todos “nascem iguais em dignidade e direitos” e elenca esses aspectos dessa condição plena de liberdade, da vida e segurança pessoal ao reconhecimento e à proteção contra a discriminação.

O texto também lista outros direitos, como o de ir e vir, o à expressão e manifestação do pensamento, à reunião e associação pacíficas, ao trabalho, à satisfação de suas necessidades econômicas e a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários.

Neste ano, a ONU aproveitou o dia 10 e a comemoração dos 30 anos da Convenção dos Direitos das Crianças para lançar a campanha Defender os Direitos Humanos, focada no papel dos jovens na promoção da dignidade dos indivíduos e um desenvolvimento sustentável para todos.

“A juventude sempre foi a principal impulsionadora da transformação política, econômica e social. São os jovens que estão na vanguarda das mobilizações de base por uma mudança positiva e trazem novas ideias e soluções para construir um mundo melhor”, indica um dos textos de divulgação da campanha.

A campanha estimula o engajamento dos jovens com diversas mensagens de mobilização, como “nunca se é jovem demais para mudar o mundo” ou “nossa voz, nossos direitos, nossos futuros”. Os materiais de divulgação citam exemplos como o dos movimentos ambientalistas liderados por jovens que vêm promovendo manifestações em diversos países e elenca problemas específicos deste segmento que devem ser combatidos, como o bullying.

“Em todo o mundo, os jovens estão se manifestando, estão se organizando e levantam sua voz pelo direito a um meio ambiente mais saudável, pela igualdade dos direitos de mulheres e meninas, para participar da tomada de decisões e para expressar suas opiniões livremente”, destacou em mensagem o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Ao mesmo tempo, a iniciativa registra a falta de representatividade das faixas etárias menores. Apenas 2% dos representantes nos parlamentos dos Estados-Membros da ONU são pessoas com idades abaixo dos 30 anos. As publicações de divulgação também ressaltam a importância de olhar para segmentos específicos e suas lutas, como mulheres e a comunidade LGBTQ+. Segundo a organização, 69 países ainda criminalizam orientações sexuais homoafetivas.