O representante da equipe econômica do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), Dirceu Abrahão, defendeu a necessidade de se tratar com “senso de urgência” decisões ligadas à indústria de óleo e gás no Brasil, como a atração de investimentos para a exploração e produção de petróleo, o futuro da demanda global por combustíveis fósseis e a preservação do meio ambiente por meio da diversificação da matriz energética. “Estamos trazendo um senso de urgência sobre essas questões”, afirmou nesta quarta-feira, 12, durante seminário que reuniu empresários e consultores do setor.

Abrahão reiterou que o plano de governo de Alckmin não envolve a privatização da Petrobras. “Nós privatizamos somente as empresas que não funcionam. E a Petrobras sempre funcionou, de uma maneira ou de outra. E ela é fundamental para acelerar esse processo de mudanças na indústria e para se aproveitar as janelas de oportunidades para investimentos”, acrescentou, referindo-se ao potencial de aportes para aumento da exploração e produção.

Ele disse ainda que o plano de governo de Alckmin tem como foco não voltar a cometer os erros que atrapalharam o desenvolvimento do setor do petróleo, como o controle dos preços dos combustíveis de forma puramente artificial.

Conteúdo local

O representante da equipe econômica do presidenciável Geraldo Alckmin afirmou que o plano de governo tucano é favorável à política de incentivo e à adoção de conteúdos locais pela indústria do petróleo e gás, desde que esses incentivos não funcionem como uma barreira para a atração de investimentos ao setor. “Apoiamos o conteúdo local, quanto maior, melhor. Mas isso não pode atrapalhar a atração de investimentos”, disse, citando a oneração dos aportes e as eventuais limitações tecnológicas dos prestadores de serviços e equipamentos nacionais.

Abrahão afirmou ainda ver com preocupação os planos de governo de outros candidatos que falam em retomada dos investimentos da Petrobras. “De onde vai vir esse dinheiro?”, questionou, lembrando que a empresa passa por um ciclo de venda de ativos visando à redução do alto nível de endividamento.

Além disso, frisou que a estatal manteve um plano de investimentos na ordem de R$ 15 bilhões, montante que permanece relevante para o desenvolvimento do setor, na sua avaliação.

O representante do PSDB também criticou propostas de outras candidaturas que enxergam a Petrobras como uma peça centralizadora da indústria nacional. “Não teremos uma única empresa que será capaz de fazer todos os investimentos no pré-sal. Para a Petrobras, é importante se livrar de ativos menos rentáveis, como os de refino”, defendeu.

Diesel

Em relação à política de formação do preço dos combustíveis, Abrahão afirmou que a adoção de um subsídio sobre o valor do diesel foi um erro e que ainda vai gerar problemas futuros.

Segundo ele, a equipe econômica do presidenciável Geraldo Alckmin está estudando a proposta de adoção de um possível imposto flexível sobre o preço dos combustíveis, que poderia subir ou cair nos momentos de maior volatilidade das commodities no mercado internacional para funcionar como um colchão amortecendo os impactos no mercado nacional. “É inteligente criar mecanismos para acomodar a arrecadação que vem para o Estado na forma de impostos flexíveis”, explicou.