A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (9) um reajuste de 8,87% no preço do diesel nas refinarias, o que deve ser repassado integralmente ao consumidor. A medida ocorre dois meses depois do último aumento e é o primeiro da gestão José Mauro Coelho, que assumiu o comando da estatal em 14 de abril.

O aumento do diesel afeta reflete diretamente no valor de alimentos e produtos básicos que dependem de transporte de caminhão, além de contribuir ainda mais com a inflação. O combustível acumula alta de 52,53% nos últimos 12 meses segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15).

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O reajuste foi mais uma vez criticado pelas lideranças de caminhoneiros do País, que pedem o fim da política de Preço de Paridade Internacional (PPI) da Petrobras, que estabelece o preço dos combustíveis de acordo com o valor do barril de petróleo no mercado internacional.

“Esse novo reajuste do diesel trará um resultado negativo não apenas para nós caminhoneiros, mas para todo o povo brasileiro. Defendemos o fim da política de Preço de Paridade Internacional (PPI) da Petrobras e a criação de uma nova gestão para que sejam cobrados preços justos. Chega dos acionistas continuarem ganhando”, afirma Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da Confederação dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), que fala de um início de hiperinflação no Brasil.

A indignação é compartilhada pela Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automores (Abrava), que indica que o diesel vai se tornar R$ 0,40 centavos mais caro a partir desta terça-feira (10): de R$ 4,51 para R$ 4,91 o litro. A Abrava ainda critica a estratégia do governo de divulgar separadamente, a cada semana, aumentos de gás, gasolina e diesel.

“O fantasma da inflação voltou. Quando sobe o diesel, os produtos transportadores pelos caminhoneiros vão subir no dia seguinte. Os caminhoneiros não sobrevivem mais se não repassarem os aumentos dos combustíveis para os fretes. Como liderança, essa é a nossa orientação para a categoria”, afirma em nota Wallace Landim, o “Chorão”, presidente da Abrava e liderança da greve de caminhoneiros de 2018.

“Lembramos que essa luta pelo fim do PPI não é só dos caminhoneiros, mas de toda a população brasileira, principalmente os mais vulneráveis e a classe média”, finaliza Chorão.

Apesar do descontentamento generalizado, não há qualquer movimentação que indique paralisação ou greve de caminhoneiros neste momento.