João Ventura é um dos palestrantes da semana de inovação no Rio, evento que reúne grandes nomes para tratar de novos rumos para negócios. Idealizador da Sling Hub, trata de um assunto importantíssimo nas discussões do evento: as startups brasileiras. Sua empresa organiza digitalmente dados dessas iniciativas, com mais de 24 mil delas catalogadas, além de mais de 650 investidores em sete países da América Latina.

Como foi o ano pandêmico de 2021 para as startups?
A pandemia fez com que muitas pessoas e empresas começassem a fazer compras e estabelecer processos jurídicos, comerciais, financeiros e até de saúde de forma on-line. No mundo inteiro, pessoas fizeram transações bancárias de forma digital pela primeira vez em suas vidas. Neste processo de aceleração da adoção digital, as startups ganharam espaço. Em muitos casos, elas estavam mais preparadas para lidar com os desafios da digitalização do que grandes corporações com modelos de negócio mais tradicionais. No Brasil, o volume de investimento em startups saltou de US$ 3,7 bilhões em 2019 para pouco mais de US$ 10 bilhões em 2021.

Na sua opinião, o que o investidor deve olhar em 2022 em uma startup para investir?
É importante que os investidores fiquem atentos a métricas como evolução do número de funcionários, crescimento do valor captado e velocidade de captação. Número e distribuição de clientes e parcerias também são relevantes. As fintechs seguem protagonistas. Elas captaram US$ 1,8 bilhão em 2020 e quase US$ 4 bilhões em 2021. É um mercado que parece dobrar de tamanho a cada ano. Outro setor de destaque são as edtechs, de educação, que cresceram de US$ 16 milhões captados em 2020 para US$ 490 milhões em 2021. E o de compras on-line é irreversível.

O que a Rio Innovation pode trazer de negócios?
O RIW é um marco. Reunir grandes corporações, investidores, aceleradoras e startups é um desafio que só um evento dessa magnitude poderia promover.

(Nota publicada na edição 1256 da Revista Dinheiro)