Documentos internos da Caixa Econômica Federal mostram que, em 2020, uma funcionária da instituição registrou queixa de assédio contra o então presidente, Pedro Guimarães, mas teve a reclamação rejeitada duas vezes.

A funcionária alega que sofreu ameaças e constrangimento promovidos por Guimarães durante uma live feita pelo banco, no final de maio de 2020. Irritado com problemas ocorridos na transmissão, Guimarães ameaçou demitir todos os funcionários da equipe envolvida. As informações são do portal Metrópoles.

Insatisfeita com a postura do ex-presidente, a servidora formalizou uma reclamação contra ele por violação às regras internas, segundo as quais “é vedado ao agente público praticar qualquer tipo de assédio, mediante conduta verbal ou física de humilhação, coação ou ameaça”.

O portal teve acesso aos documentos do processo e verificou que a queixa deveria ter sido encaminhada para a Corregedoria do banco, porém o departamento que faz o recebimento e a distribuição de processos de reclamação rejeitou duas vezes o protesto da servidora.

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Na primeira resposta, o setor afirmou que a funcionária descumpriu regras internas por usar “palavras ofensivas e de baixo calão” na reclamação. Por essa razão, a queixa foi cancelada.

Na segunda vez, o departamento respondeu desconhecer os fatos apontados pela funcionária e que não via nenhuma norma do Código de Conduta em que a ocorrência pudesse se enquadrar.

Pedro Guimarães pediu demissão da presidência da Caixa na semana passada após denúncias de funcionárias de assédio moral e sexual. A nova presidente do banco, Daniella Marques, anunciou em sua posse, nesta quarta-feira (6), a contratação de uma empresa para apurar as acusações. Os casos também são investigados pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público do Trabalho.