Um estudo divulgado na quarta-feira (1) na revista científica Plos One aponta que os cães podem ser tão ou mais eficazes do que os testes comuns usados para detectar Covid-19.

Para realizar o estudo, os cientistas franceses usaram dois swabs nasofaríngeos, uma amostra de saliva e uma de suor. Os cães e os treinadores não sabiam quais pacientes tinham ou não Covid-19.

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Para realizar a detecção, os cães foram orientados a farejar um cone olfativo e sentar quando estavam diante de uma amostra positiva de coronavírus. Entre as pessoas sintomáticas, a eficácia dos cães na detecção do coronavírus chegou a 97%. Já em relação aos assintomáticos, eles acertaram em 100% dos casos. Com esses resultados, os cães demonstraram ser mais eficientes do que os testes rápidos de antígenos e terem uma capacidade de detecção semelhante à dos dos testes PCR-RT.

Enquanto os testes rápidos de antígenos buscam a presença de uma parte da estrutura do vírus em amostras de secreção, os testes PCR-RT buscam a presença do material genético viral e são mais eficazes, porém mais demorados.

O estudo foi realizado com 335 adultos sintomáticos e assintomáticos. Desses, 109 testaram positivo por meio do teste PCR-RT (que usa amostra das secreções respiratórias do paciente e busca identificar a presença do vírus), sendo 78 sintomáticos e 31 assintomáticos.

Dentre os cães que participaram do estudo, uma parte pertencia aos bombeiros da França e outra ao Ministério do Interior dos Emirados Árabes Unidos (que foram emprestados para a realização do estudo). Todos foram treinados por métodos de reforço positivo, recebendo brinquedos e agrados a cada detecção correta. Eles foram treinados por cerca de 3 semanas, no caso de cães já treinados para testes olfativos, e entre cinco e seis semanas, no caso de cães sem esse treinamento.

Com esses resultados, o estudo concluiu que o uso do olfato canino pode ser uma boa alternativa não-invasiva para os testes tradicionais, sobretudo quando é necessário obter um resultado com rapidez.