O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) começou na manhã desta quarta-feira, 14, o julgamento da compra de participação na XP Investimentos pelo Itaú Unibanco. Como informou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) na terça-feira, 13, a tendência é que o órgão aprove o negócio com restrições.

O conselheiro relator, Paulo Burnier, deverá votar pela aprovação da operação condicionada à assinatura de um acordo nos moldes do que foi negociado com a superintendência-geral do conselho. Entre as restrições que deverão ser impostas está o compromisso de não ingerência do Itaú em questões comerciais da XP e a redução de barreiras à entrada e ao desenvolvimento de novos participantes do segmento de plataformas abertas de investimento.

A compra de 49,9% da corretora pelo banco foi anunciada em maio do ano passado pelas empresas por R$ 6,257 bilhões. Há a previsão de que o Itaú possa deter até 75% da XP nos próximos anos. No acordo negociado com a superintendência, que deverá ser confirmado pelo Cade, há a previsão ainda de que, caso o Itaú venha a adquirir o controle da XP, a nova operação deverá ser notificada ao Cade para que seja reavaliada.

O acordo proíbe a XP de firmar contratos de exclusividade com gestores, emissores e agentes autônomos de investimentos, para permitir o desenvolvimento de novos concorrentes. Além disso, o Itaú não poderá se manifestar em relação às decisões sobre inclusão ou exclusão de parceiros de negócio na plataforma XP e em outras questões comerciais sensíveis, caso o acordo seja aprovado.