Nos 70 mil quilômetros de cabos que cortam o Brasil por terra e pelo ar corre uma indústria bilionária que atua nos bastidores das telecomunicações. O mercado de transmissão de dados e voz vem crescendo a uma taxa de 40% ao ano. Somente os negócios envolvendo implantação e manutenção de fibra óptica devem movimentar US$ 5 bilhões nos próximos dois anos. A disputa agora é pela dianteira na tecnologia para transmissão de imagens e, obviamente, há outra luta ferrenha para oferecer cada vez mais velocidade nos serviços. É uma corrida ao ouro que vem atraindo fornecedores de peso como Lucent, Motorola, Cisco, Nortel, Eletronet e AT&T, e aguçando o apetite de operadoras. A Embratel, campeã no tráfego de informações, por exemplo, investiu US$ 1 bilhão para montar uma estrutura de mais de 23 mil quilômetros de fibra óptica, 24 mil quilômetros de rede digital de microondas e 60 estações terrestres de comunicação via satélite. A rival Intelig, por sua vez, usará os cabos que a Eletronet está instalando no País. Serão 22 mil quilômetros de Fortaleza (CE) a Uruguaiana (RS) que vão custar US$ 500 milhões.

O filão é tão atrativo que até quem tem histórico de operadora não quer perder a oportunidade de lucrar do outro lado. A gigante norte-americana AT&T está fazendo a festa no subsolo brasileiro. ?Nossa rede de fibra óptica abastece 1,8 mil clientes no Brasil?, diz Carlos André, presidente da AT&T no País. A empresa só atua no mercado corporativo e com ele faturou US$ 24 milhões em nove meses do ano passado. O grupo Inepar, que já foi sócio da Telemar, disse adeus aos serviços telefônicos, mas não abandonou a área. Atua agora como fornecedora. Uma parceria com a norte-americana Mastec capacitou a empresa paranaense a oferecer, além de fibras ópticas, antenas de transmissão. A Mastec-Inepar aplaudiu de pé a chegada do sistema GSM na telefonia celular. É que o padrão exige um número cinco vezes maior de antenas. A festa da infra-estrutura continua.