Cabo submarino de fibra ótica ‘Curie’ do Google, conectando a Califórnia ao Chile, torna-se um sensor sísmico para tsunamis. Isso é demonstrado pelo estudo publicado na revista Science por pesquisadores do California Institute of Technology (Caltech).

Inaugurado em 2019 e com aproximadamente 10 mil quilômetros de extensão, o cabo Curie conecta a cidade de Los Angeles ao centro chileno de Valparaíso, a uma profundidade de 4 a 6 quilômetros.

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Os cabos de fibra óptica submarinos, a espinha dorsal da Internet, são sensíveis às mudanças de temperatura e pressão das ondas. Ao monitorar a transmissão de dados, é possível associar qualquer alteração térmica ou de pressão a um evento externo, devido à atividade sísmica no fundo do mar ou ao movimento das ondas na superfície.

A técnica baseia-se no fato de que os terremotos e a pressão das ondas induzem uma diferença na trajetória da luz na fibra óptica de menos de um décimo milésimo de milímetro, e na medição precisa dessa minúscula diferença.

Adotando essa estratégia, os autores do estudo, durante um monitoramento de nove meses no cabo Curie entre a Califórnia e o Chile, registraram cerca de trinta tsunamis e cerca de vinte terremotos, como o que atingiu o México em junho de 2020. Desta forma, a rede de fibra ótica dos oceanos, na qual muitos dos dados do planeta viajam, pode se tornar um sistema útil para monitoramento e detecção contínua e em tempo real de terremotos e tsunamis marinhos.