Em um mundo cada vez mais dinâmico e imediatista, o consumidor tem aumentado a exigência com relação à rapidez da entrega das compras feitas pela internet. Os prazos ultrarrápidos, de algumas horas após a efetivação do pedido, estão entre os critérios dos clientes para escolha de um produto ou uma marca, superando inclusive fatores como preço e atendimento. Segundo dados do Capterra, plataforma de comparação de softwares do grupo Gartner, 73% das pessoas que compram pela internet consideram esse tipo de serviço relevante. Para acompanhar esse movimento do consumidor, as empresas têm investido em tecnologias para tornar seus processos mais ágeis. A C&A, uma das principais varejistas de moda do mundo e com mais de 300 lojas no Brasil, avançou em seu gerenciamento de armazém e está com taxa de 98% dos pedidos entregues dentro do prazo e dobrou o número de entregas expressas – o montante total não foi divulgado.

“Nosso sistema anterior não integrava com novas tecnologias de automação e nosso centro de distribuição de comércio eletrônico dependia dessa solução para avançarmos com as metas de melhoria de serviço no atendimento”, disse Marcel Modesto, gerente sênior de Logística da C&A. “Com o Manhattan Active WM, conseguimos garantir a escalabilidade, integração, produtividade e suporte necessários para atender ao nosso plano estratégico e ao crescente volume vendas digitais.”

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“Diminuímos em um dia o prazo de saída dos pedidos” Marco Beczkowski, Diretor da Manhattan.

Desde seu IPO, em outubro de 2019, em que levantou R$ 813,7 milhões, a C&A intensificou as soluções digitais e multicanais, visando ampliar experiência on e off-line dos clientes. Um pouco antes de entrar na bolsa – e, portanto, antes mesmo da pandemia que gerou um boom no comércio eletrônico – a companhia havia inaugurado seu centro de distribuição exclusivo para e-commerce. E, mais recentemente, deu outros dois passos importantes para tornar os processos internos mais eficientes. O primeiro foi a aquisição de robôs para automatizar seus centros de distribuição. O segundo foi a implementação do software Manhattan Active Warehouse Management nos armazéns de comércio eletrônico e varejo no Brasil. A ferramenta é o cérebro que gerencia as pessoas e as máquinas na cadeira de suprimentos.

ORQUESTRA No fluxo básico de um centro de distribuição, há o recebimento e armazenamento dos produtos, abastecimento das linhas de separação, organização dos pedidos, conferência e expedição. Os robôs estão envolvidos apenas na armazenagem e separação, um pedaço do todo. “As máquinas geralmente são engessadas. Nosso software harmoniza o trabalho de tudo que está acontecendo antes, elenca prioridades e organiza as saídas. Orquestra todo o processo”, disse Marco Beczkowski, diretor de vendas da Manhattan Associates no Brasil, empresa americana que está no País desde 2016 e tem outros clientes importantes no varejo. “Diminuímos em um dia o prazo de saída dos pedidos. Os produtos das compras feitas on-line saem do centro de distribuição no mesmo dia”, afirmou Beczkowski. A C&A atende um milhão de clientes por dia, em lojas físicas e no e-commerce.

MAIS DIGITAL A C&A tem avançado em processos de automação de seus centros de distribuição desde 2018, pouco antes de abrir seu IPO. (Crédito:Rodrigo Paiva)

Está nos planos da marca de moda implementar machine learning no seu escopo para gerar insights e melhorar a performance da cadeia de suprimentos.

Na ponta do processo, clientes mais satisfeitos, fidelização da marca e atração de novos consumidores são os objetivos. Em 2021, a receita da C&A foi de 5,15 bilhões (26,1% superior a 2020), sendo R$ 900,7 milhões de faturamento nos canais on-line (aumento de 36,8% em relação ao período anterior).O lucro líquido atingiu R$ 329 milhões, ante prejuízo de R$ 166 milhões em 2020.