O Instituto Butantan deve receber ainda nesta semana vacinas prontas da China e até o fim de novembro vai chegar a matéria-prima para a produção da CoronaVac no Brasil. Segundo artigo publicado hoje na revista científica The Lancet, o medicamento está aprovado para ser usado de emergência e em estudos de fase 3.

De acordo com o Uol, a confirmação das datas foi divulgada pelo diretor do Butantan, Dimas Covas. A estimativa com a chegada das vacinas prontas e da matéria-prima é que até janeiro haja 46 milhões de doses de vacinas para uso.

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Covas participou de reunião com a comissão que trata de assuntos relacionados à pandemia na Câmara dos Deputados. O representante do instituto foi chamado para falar sobre a Coronavac, vacina que está sendo desenvolvida pelo Butantan em parceria com a China e que tem sido motivo de desacordos entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador João Doria.

Durante o encontro, o diretor do instituto relembrou que a vacina só será distribuída e aplicada na população após registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O processo ainda depende da finalização dos estudos clínico em andamento com mais de 10 mil voluntários.

Os resultados dos brasileiros serão analisados juntos com os estudos dos chineses e afirmou que o conjunto de dados aponta para segurança do produto.

Ainda não há prazo para o fim dos estudos nem para o registro da vacina pela Anvisa.

Estudo

Segundo o G1, o estudo foi realizado com base em pessoas da fase 1 (dezenas de pessoas) e da fase 2 (centenas de voluntários) dos testes. Os participantes, 743 pessoas entre 18 e 59 anos, foram escolhidos aleatoriamente para receber duas doses experimentais da vacina.

Segundo o artigo da The Lancet, o retorno de anticorpos foi induzido no prazo de até 28 dias após a primeira aplicação. Tendo em vista que a pesquisa observou apenas a resposta imune do medicamento e não a eficácia contra a doença, o resultado foi analisado pela taxa de anticorpos neutralizantes encontrada no sangue dos voluntários.

Para se ter noção, essa taxa ficou inferior, entre 2,5 e até 6 vezes, em relação aos pacientes que já foram infectados pela covid-19. Porém, ela existiu, os anticorpos neutralizantes apareceram, e isso é visto pelos pesquisadores como um resultado positivo.