Quando um banco público como a CAIXA anuncia lucro contábil recorde de R$ 12,5 bilhões em 2017, muita gente sequer imagina o significado desse fato histórico e os processos implantados na instituição para alcançar tal resultado. Como consequência dessa performance tão positiva, com evolução de 202,6% sobre o ano anterior, será possível ampliar ações de impacto social aos trabalhadores e população em geral, como investimentos na política habitacional, de infraestrutura, ações de patrocínio e de sustentabilidade, entre outras.


O processo de busca por maior eficiência da CAIXA teve início em 2016, quando a instituição adotou medidas para fortalecer a governança corporativa e a gestão da estrutura de capital. Aumentar a confiança e a satisfação dos clientes a fim de assegurar a rentabilidade de todos os negócios foi encarada como peça fundamental nessa busca incessante por eficiência.

Como em um pêndulo, de um lado estava o crescimento significativo da margem financeira e a redução nas despesas em provisão para devedores duvidosos. De outro, o avanço das receitas em prestação de serviços e o controle rígido das despesas administrativas e de pessoal. O resultado – em um ano difícil da economia do país como um todo – foi o lucro líquido recorrente (sem levar em conta efeitos extraordinários) de R$ 8,6 bilhões em 2017, alta de 106,9% sobre o período anterior.

Recém-empossado na presidência da CAIXA, Nelson Antônio de Souza, promete dar continuidade ao trabalho de seu antecessor, Gilberto Occhi, e anuncia novas taxas de juros do banco para crédito imobiliário. A meta da CAIXA, para os próximos meses, é financiar 650 mil novas unidades a serem viabilizadas pelos programas de habitação do Ministério das Cidades, além dos novos empreendimentos lançados pelo mercado.

Principal financiador da área de habitação no país, a CAIXA fechou o ano passado com saldo de R$ 432 bilhões na carteira de crédito para moradia

O volume de empréstimos habitacionais ficou 6,3% acima do registrado em 2016. “O mercado, no geral, iniciou 2017 com sinais de um ano difícil. Mas tivemos crescimento no crédito imobiliário influenciado principalmente pelos recursos do FGTS”, afirma Souza. Ao conquistar 2,1 pontos percentuais de participação no mercado imobiliário, a CAIXA se manteve na liderança do setor. Atualmente, a instituição responde por 69% das operações imobiliárias. Somente o Feirão CAIXA da Casa Própria movimentou R$ 13,1 bilhões em 2017, ou seja, 27,2% sobre o resultado de 2016. O nível de inadimplência nas operações de crédito imobiliário acima de 90 dias é o menor já registrado pelo banco. “O mais importante é que em 2018 vamos continuar dando prioridade à habitação”, conclui.

Repasses de benefícios sociais também aumentam

Boa parte dos brasileiros festejou a liberação dos recursos das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) no ano passado e encontrou as portas abertas da Caixa em horário estendido, inclusive aos sábados. Na ocasião, foram pagos R$ 44 bilhões para 25,9 milhões de trabalhadores, volume que movimentou positivamente a economia em 2017. O FGTS é apenas um dos benefícios sociais repassados pela CAIXA aos trabalhadores. Há muitos outros, como aposentadorias e pensões do INSS, Abono Salarial, PIS e Seguro-Desemprego. A instituição, que destaca em sua comunicação a assinatura “Compromisso com o Brasil”, é também responsável pelo pagamento de repasses sociais às famílias de baixa renda, como o Bolsa Família. De acordo com o balanço financeiro, o volume total de benefícios sociais pagos em 2017 atingiu R$ 28,7 bilhões, com crescimento de 1,6% sobre o ano anterior. Essa cifra representa nada menos do que 158,4 milhões de pagamentos realizados, sendo 153,8 milhões relativos ao Bolsa Família. Pela Caixa passou, portanto, R$ 27,8 bilhões referentes à transferência de renda do programa federal para famílias em situação de pobreza.