No próximo dia 1º de janeiro, a Síndrome de Burnout será oficialmente reconhecida como doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A pandemia do novo coronavírus piorou a situação mental dos trabalhadores brasileiros. De acordo com pesquisa da Secretaria Especial da Previdência e do Trabalho, o ano de 2020 foi o campeão de afastamento por questões de transtornos mentais e comportamentais. 

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“Esta síndrome está relacionada ao ambiente profissional e ao modo como a pessoa lida com ele. Entre os principais sintomas estão: a perda da vontade de realizar atividades corriqueiras e de trabalho, irritabilidade, tristeza e desânimo excessivos e muita ansiedade”, explicou a psicóloga Ana Gabriela Andriani.

As festas de fim de ano podem ser aliadas para conseguir desligar dos problemas profissionais, se reconectar com pessoas queridas e começar 2022 com a mente mais sã. Confira algumas dicas

Se afaste do trabalho

Depois de um ano bastante puxado profissionalmente, os especialistas são unânimes em recomendar que as pessoas descansem e se desliguem do trabalho nessa parada de fim de ano.  

“Nesta reta final, recomendo como um primeiro ponto para descansar a mente se afastar de estímulos associados ao trabalho, inclusive avisar aos colegas que não responderá a demandas profissionais no período de recesso”, aconselha Shana Wajntraub, psicóloga com MBA em Gestão de Pessoas pela Universidade Federal Fluminense. 

Relaxe a mente com atividades que dão prazer

Nestes dias de acordar sem o despertador do celular, invista seu tempo em atividades que dê prazer e fique longe das obrigações do dia-a-dia. 

Renata Tavolaro, head de psicologia da OrienteMe, dá algumas dicas do que você pode fazer nesse período. 

“É fundamental aprender a relaxar a mente, esvaziar as preocupações e curtir o momento presente. Lembre-se de quais as prioridades de sua vida e inclua atividades simples como praticar esportes, ouvir música, cozinhar, ler ou meditar”, contou. 

Procure descansar e dormir bem

Muitas vezes somos engolidos pelas demandas do trabalho e da vida familiar e doméstica durante o ano. O período de desligamento dessas demandas deve, segundo a psicóloga especialista no ambiente corporativo Mariana Clark reforça ser usado para a pessoa se valorizar e se reconectar com ela própria. 

“O único remédio para o cansaço é o descanso. Valorize também o autocuidado, pois quem se cuida consegue cuidar do outro e garante que esteja tudo blindado. Não é sobre ausência de conflito, estresse ou problemas, mas sim a forma como encaramos isso”, disse. 

Se reconecte com gente querida

Em quase dois anos de pandemia de coronavírus, nossa relação com as amizades mais próximas e a família mudou e muitas vezes tivemos que nos afastar por muitos meses do convívio de gente querida. Nesse momento em que a vacinação já está avançada e alguns protocolos já estão sendo flexibilizados, se reconectar com essas pessoas pode ser um bom ponto de apoio. 

“Aproveitar as festas com amigos e com família é uma das melhores estratégias para se desconectar do trabalho e viver um pouco o que a vida tem para oferecer. Depois de dois anos de pandemia, estar com a família e amigos é uma ferramenta importante, diante de um cenário em que houve muita desconexão social, e em que as pessoas ficaram distantes. É um momento de reconhecer a afetividade, o que ajuda no processo de descansar a mente”, reforçou Elcio Paulo Teixeira, CEO e fundador da Heach Recursos Humanos 

O álcool não é a melhor resposta

Festas de fim de ano sempre quase sempre são regadas a muita bebida alcoólica e, dependendo do controle do indivíduo sobre o álcool, pode ser uma boa válvula de escape. Porém, lembre-se: os problemas ainda vão continuar existindo quando você estiver sóbrio, portanto, aproveite com moderação. 

“O luto coletivo que vivemos na pandemia afetou a nossa dimensão comportamental, o que significa que aumentamos o consumo de álcool e drogas ilícitas de forma importante. Somado a isso, as festas e confraternizações de final de ano e a vontade de socializar podem ser um agravador dos excessos: é fundamental manter o equilíbrio para que não haja exageros. Enfrentar os problemas é sempre o melhor caminho para resolvê-los”, diz Mariana Clark.