26/09/2015 - 20:13
Os ministros burkineses dissolveram na sexta-feira o Regimento de Segurança Presidencial (RSP), responsável pelo golpe de Estado frustrado e cujo desarmamento já estava em andamento.
A ata deste primeiro conselho de ministros, celebrado após o golpe de 16 de setembro, indica que “o terceiro decreto (…) dissolve o Regimento de Segurança Presidencial”, tal como reivindicavam há 15 anos a sociedade civil e alguns partidos políticos.
Após a queda, em outubro de 2014, do presidente burkinense Blaise Campaoré e da instauração de um período de transição democrática, multiplicaram-se os pedidos de dissolução desta unidade de elite de 1.300 soldados, que era guarda pretoriana do ex-chefe de Estado, deposto por um levante popular.
O golpe foi abortado na quarta-feira, depois que unidades leais às autoridades de transição avançaram para a capital para se opor ao RSP.
O presidente interino de Burkina Faso, Michel Kafando, e o premiê, Isaac Zida, que tinham sido detidos pelos golpistas no palácio presidencial, retomaram suas funções durante cerimônia oficial na quinta-feira em Uagadugu, assim como o restante do governo e do Parlamento interino.
Outras decisões adotadas pelas autoridades de transição são a destituição do ministro de Segurança e do chefe de estado-maior da presidência por sua proximidade com o ex-chefe de Estado Campaoré ou uma formação política favorável a este presidente, que governou durante 27 anos.
O Parlamento interino aprovou, ainda, a criação de uma comissão de investigação sobre o golpe de Estado para estabelecer as “responsabilidades” destes acontecimentos, que custaram a vida de 11 pessoas e feriram outras 271, segundo o último balanço oficial.
De acordo com uma fonte do RSP, na sexta-feira, o desarmamento não transcorreu facilmente, pois alguns soldados não queriam entregar suas armas sem garantias de segurança para si e suas famílias.
“Nós nos precipitamos em anunciar a dissolução e as sequências judiciais. É de se esperar uma reação antes que terminem de entregar as armas”, disse uma fonte de segurança à AFP.