Uma das consequências da pandemia foi a adaptação de muitas empresas a um ambiente digitalizado, algo que as levou a repensar os seus protocolos de cibersegurança. Curiosamente, este novo desafio coincidiu com o 20º aniversário de um dos principais obstáculos que o setor teve de enfrentar, o chamado “Efeito Y2K”.

O que era exatamente o Y2K?

O erro conhecido como “bug do milênio” foi causado pela configuração de datas em sistemas de computação. A fim de poupar espaço de memória, foi utilizado um formato dia/mês/ano, no qual foram utilizados dois dígitos para cada seção. Assim, se era 26/03/98, o sistema compreendeu que se referia a 1998.

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No entanto, o problema surgiu com a chegada do ano 2000, uma vez que os computadores interpretariam o ’00’ no final da data como 1900. Portanto, os sistemas, em vez de continuarem com uma linha temporal progressiva, recuariam no tempo 100 anos, gerando um efeito cascata que levaria a falhas nos sistemas primários do equipamento.

Mito ou realidade?

Devido aos poucos problemas de segurança identificados pelo mundo (em oposição às previsões), um dos principais debates na sociedade sobre o “bug Y2K” girava em torno de saber se ele era real ou se tinha sido inventado por alguns atores da indústria informática com interesse em ganhos econômicos.

No entanto, a verdade é que o “bug do milênio” era real, e apenas a ação dos governos e especialistas em cibersegurança impediu as suas consequências.

Pode acontecer de novo?

Sim, e mais cedo do que se poderia pensar, de acordo com a Check Point Software. Uma das soluções mais utilizadas para combater o problema Y2K foi mudar o ano de referência para o 20 (que foi tomado como o ano de início do “novo século”), uma vez que se pensava estar suficientemente longe para que diferentes sistemas pudessem ser utilizados.

Contudo, mais do que uma solução, foi simplesmente um remendo temporário para atrasar os seus efeitos. Por exemplo, 1 de janeiro de 2020, os parquímetros em Nova Iorque deixaram de processar pagamentos.

O próximo “bug Y2K” já se encontra no horizonte. É conhecido como ‘Efeito 2038’ e afeta principalmente computadores de baixo nível no sistema Unix (incluindo todos os computadores Apple), que armazenam o tempo como o número de segundos que passaram desde 1970. O limite de capacidade é atingido em 2038.