Para dar musculatura à sua plataforma de investimento em um momento em que o Brasil ganha mais investidores por causa do juro baixo, o BTG Pactual acaba de realizar sua oitava aquisição, da cinquentenária Fator Corretora. Depois de investir R$ 1 bilhão em tecnologia, um dos objetivos do banco é ganhar escala em sua plataforma com mais clientes – algo acelerado pelas aquisições. Já está na mesa mais um alvo, cuja transação está próxima de ser anunciada, adianta o sócio do BTG responsável pela plataforma digital de investimentos, Marcelo Flora.

A estratégia de aquisições do banco tem sido variada. Além de atrair escritórios de agentes autônomos, com a aquisição de fatias minoritárias no EQI e na Lifetime, o BTG comprou, por R$ 348 milhões, a corretora Necton. Antes, colocou para dentro a corretora Ourinvest. A primeira ida ao mercado foi com a Network Partners, em 2018 – empresa formada por ex-sócios da XP e especializada na relação com agentes autônomos.

“A sinergia é uma grande motivação desse negócio (com a Fator). Já investimos R$ 1 bilhão em tecnologia e quanto maior a escala, maior a receita”, afirma o executivo, que não abriu o valor do negócio. Com esse olhar, Flora adianta que há mais uma aquisição, de porte maior do que o da Fator, com o processo mais adiantado na mesa.

Como a aquisição envolveu apenas a corretora – seguradora, banco e gestora ficaram de fora -, a marca Fator não ficará com o BTG. Mas tanto os clientes da corretora quanto seus funcionários serão absorvidos pela instituição financeira. A transação ainda precisa ter o sinal verde do Banco Central (BC) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Captações

A aquisição da Fator ocorre depois de o BTG se deparar com elevados níveis de captação em sua plataforma, batendo recorde de entradas em abril, diz o executivo, em abrir números. Fora isso, as aquisições já feitas mostraram que os clientes não só seguiram no banco após a operação como ampliaram os recursos investidos, de acordo com o executivo.

Com a próxima aquisição que está no forno, a plataforma do BTG deve atingir um tamanho que Flora classifica como ideal, o que a deve posicionar com cerca de 20% de participação do mercado. No chamado B2B, que considera a participação via os agentes autônomos, sua fatia já se aproxima dessa porcentagem, comenta ele.

Para o analista da Terra Investimentos, Regis Chinchila, a aquisição mostra que o BTG “segue em busca de oportunidades no mercado para crescimento via aquisições de corretora de valores”. “Essa estratégia gera ganhos na escala e eficiência, diminuição de custos e aproveitando as sinergias entre as operações”, diz o analista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.