Na terça-feira 21, o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) apresentou à Justiça as denúncias em relação à tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais. Ocorrido há 1 ano – no dia 25 de janeiro de 2019 –, o episódio causou a morte de cerca de 270 vítimas. O MP-MG denunciou, ao todo, 16 pessoas, além das companhias Vale e TÜV SÜD, empresa alemã responsável pela vistoria da barragem que se rompeu. Um dos executivos denunciados é Fabio Schvartsman, ex-presidente da Vale, acusado de homicídio doloso duplamente qualificado. Além de Schvartsman, outros diretores e gerentes da mineradora foram acusados de homicídio. Tanto o Ministério Público quanto a Polícia Civil consideram que ficou evidenciada uma “relação promíscua entre as duas empresas, no sentido de esconder do Poder Público, da sociedade e dos acionistas a inaceitável situação de segurança de várias barragens de mineração mantidas pela Vale.” Se condenados, os acusados podem pegar de 12 a 30 anos de prisão. No dia em que foi divulgada a denúncia do MP, as ações da mineradora brasileira fecharam com queda de 2,3%.

Dois mil bilionários têm mais dinheiro do que 60% de toda a população mundial

Julio Bittencourt

Na semana em que foi realizado o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça,
foi divulgado um estudo que mostra a imensa desigualdade que impera no planeta. Em 2019, os 2,1 mil bilionários que havia no mundo tinham mais dinheiro do que o total somado de 60% da população da Terra. Os dados são da Oxfam, ONG internacional formada por cerca de 20 organizações e mais de 3 mil parceiros, cujo objetivo é encontrar soluções para problemas como pobreza, desigualdade e injustiça. “Este enorme abismo é consequência de um sistema econômico falido, que valoriza mais a riqueza de uma elite privilegiada”, ressalta o relatório da Oxfam. Atuando em quase 100 países – muitos deles na África, onde a pobreza é alarmante –, a ONG destaca, ainda, que “os governos de todo o mundo devem tomar medidas urgentes para construir uma economia mais humana e feminista, que valorize o que realmente importa para a sociedade”. Pelos dados coletados pela Oxfam – baseados em informações da revista Forbes e do banco Crédit Suisse –, 2,1 mil indivíduos com patrimônio superior a US$ 1 bilhão têm, juntos, mais dinheiro do que os 4,6 bilhões de pessoas mais pobres do mundo. A pesquisa também aponta a questão das mulheres no trabalho: “As mulheres estão na primeira fila das desigualdades, devido a um sistema econômico que as discrimina e as aprisiona nos ofícios mais precários e menos remunerados”.

Governo quer arrecadar R$ 4 bilhões com venda de ações que não sabia que tinha

Magdalena Gutierrez

Enfrentando dificuldades para privatizar estatais, o governo Bolsonaro pretende arrecadar até R$ 4 bilhões com a venda de ações de empresas. Mas a grande novidade é que, segundo o próprio governo, nem ele – o governo – sabia que era dono dessas ações. São papeis de companhias como Embraer, Itaú, Santander, Tim e Vivo. Ao todo, são 57 participações minoritárias, o que significa que a União não é a controladora de nenhuma dessas empresas. Sem explicar como seria possível o governo não ter conhecimento desse pomposo patrimônio, o Ministério da Economia apenas informou que também pretende vender a participação via FI-FGTS (fundo de investimento que usa parcela do FGTS para aplicar em infraestrutura) que detém em 14 empresas. Segundo o governo, no próximo mês serão divulgados os valores de cada empresa e quanto o governo ganhou e perdeu nas operações do fundo. “Vamos vender tudo. Estamos precisando de dinheiro”, afirmou o secretário de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar.

Investimentos globais em TI atingirão US$ 3,9 trilhões este ano

Istock

Os investimentos mundiais em TI devem chegar a US$ 3,9 trilhões este ano, indicando um crescimento de 3,4% em relação a 2019. É o que diz estudo do Gartner, líder mundial em pesquisa e aconselhamento para empresas. O relatório prevê que esse número romperá a barreira dos US$ 4 trilhões já em 2021. “Embora as incertezas políticas venham empurrando a economia global para mais perto da recessão, isso não ocorreu em 2019. E ainda não é o cenário provável para 2020 e anos seguintes”, afirma John-David Lovelock, vice-presidente de Pesquisa do Gartner. Segundo ele, o declínio das incertezas globais está levando as empresas a investir forte em TI, à medida em que antecipam o crescimento da receita. Nesse cenário, o software será o principal mercado em ascensão este ano, com o setor podendo crescer mais de 10%.
Na via oposta, os investimentos nos setores de PC, servidor e armazenamento devem registrar quedas.

Mais da metade do PIB mundial depende da natureza

As empresas são cada vez mais dependentes da natureza e da biodiversidade.
É o que aponta o estudo The New Nature Economy Report, recentemente publicado. O relatório analisou 163 setores da indústria e suas cadeias de suprimentos e constatou que cerca de US$ 44 trilhões (mais da metade do PIB mundial) produzidos por essas companhias dependem, de forma elevada ou moderada, da natureza e dos serviços que ela gera. Fatores como polinização, qualidade da água e controle de doenças são exemplos de serviços que um ecossistema pode proporcionar. Por depender da natureza, toda essa riqueza de mercado é colocada em risco na mesma proporção em que a humanidade agride o meio ambiente, reduzindo seus recursos naturais, como água potável e terras férteis. Os setores mais dependentes da natureza são construção (US$ 4 trilhões), agricultura (US$ 2,5 trilhões) e alimentos e bebidas (US$ 1,4 trilhão), cuja soma equivale ao dobro da economia da Alemanha. A pesquisa mostra que as indústrias altamente dependentes da natureza geram 15% do PIB global (cerca de US$ 13 trilhões), enquanto as moderadamente dependentes geram 37% (pouco mais de US$ 30 trilhões). Os dados são ainda mais alarmantes quando se sabe que 25% de todas as espécies animais e vegetais da Terra estão ameaçados de extinção por ação direta do homem. Num ranking global, as regiões mais ricas detêm os maiores valores absolutos do PIB em relação à dependência da natureza. A China fica em primeiro lugar, com US$ 2,7 trilhões, deixando a União Europeia em segundo (US$ 2,4 trilhões) e os Estados Unidos em terceiro (US$ 2,1 trilhões).