As transformações nas formas de pagar se aceleraram durante o isolamento por causa da Covid-19. Agora, 42% dos consumidores esperam que, em dez anos, as lojas deixem de aceitar pagamentos em dinheiro e 55% acreditam que todas as transações serão em tempo real, segundo pesquisa feita pela consultoria Kantar e divulgada pela Mastercard. “As pessoas querem ficar livres do papel-moeda”, diz João Pedro Paro Neto, presidente da Mastercard Brasil e Cone Sul. Tudo isso acontece na esteira de uma mudança de hábitos. Na pandemia, 56% dos entrevistados alteraram formas de pagamento e 61% testaram pagamento digital ou por aproximação, nos últimos três meses. Também segundo o levantamento, 53% dos entrevistados gostariam de pagar via aplicativos de mensagens ou mídias sociais, e cerca de 75% esperam efetuar pagamentos em tempo real, independentemente do provedor de serviços financeiros.

FUNDO
Noruega promete mais restrições em investimentos

Dona de um fundo soberano com US$ 1 trilhão, a Noruega deve incluir mais restrições aos investimentos que poderá fazer.

O fundo não poderá investir em empresas que tenham relação com a venda de armas utilizadas em conflitos em que há acusações de violações de direitos humanos. Também não serão contemplados aportes em companhias que produzem armas autônomas. O protocolo de restrições para casos de corrupção também deve ser ampliado. Desde 2004, a Noruega proíbe aportes em negócios considerados eticamente discutíveis, como empresas de tabaco, de energia de carvão, certos armamentos, produtoras de agentes químicos e grandes agressoras do meio ambiente.

SEGURO
Debênture de infraestrutura deve ter proteção cambial

O governo pretende que a iniciativa privada financie R$ 250 bilhões dos R$ 280 bi necessários para realizar o programa Pró-Brasil, de infraestrutura. Para isso, precisará atrair investidores internacionais, que podem se assustar com a instabilidade cambial. Como forma de dar mais segurança a esses investidores no momento de recuperar os recursos, está sendo desenvolvida uma modalidade de apólice que garantirá até 10% da variação de moeda para os não-residentes que comprarem as debêntures incentivadas de infraestrutura. O projeto é desenvolvido pelo BMG Seguros, Ministério da Economia, Banco Central, B3 e Susep (Superintendência de Seguros Privados).

CONTRATAÇÃO
XP contrata Berenguer, ex-CEO do J.P. Morgan

Luis Usirobira

José Berenguer, considerado um dos mais importantes profissionais do setor financeiro nacional, deixará a posição de CEO do J.P.Morgan no Brasil, instituição na qual atuou nos últimos sete anos, para assumir o cargo de CEO do Banco XP. O anúncio de sua contratação, na segunda-feira (15), pegou o mercado de surpresa. Nessa nova empreitada, o executivo terá como missão liderar a expansão dos negócios do segmento de atacado do grupo. Berenguer é formado em direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Antes da passagem pelo banco americano, o executivo ocupou, entre 2012 e 2013, a posição de CEO da gestora Gávea. Entre 2007 e 2012, liderou três áreas do Santander – banco de investimentos e de atacado, asset management e private banking, e banco de varejo.

EFEITO CORONA
BMG manterá home office até dezembro

Visto como forma de manter a produtividade ao mesmo tempo em que contribui para evitar a propagação do coronavírus, o sistema home office será mantido até o final do ano pelo Banco BMG, anunciou a instituição. O banco aderiu ao sistema ainda em março, quando cerca de 1 mil funcionários passaram a trabalhar a partir de suas casas, e percebeu que a produtividade não foi comprometida. Para a presidente da instituição, Ana Karina Bortoni Dias, o home office já se estabeleceu como o novo normal. Agora, o objetivo é implementar um sistema híbrido para 2021, que combinará a presença física dos funcionários, em dias específicos durante a semana, com a possibilidade de home office.

SANÇÕES
CVM aplica mais de R$ 900 milhões em multas

Nos primeiros três meses deste ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aplicou 53 multas, num total de quase R$ 907 milhões. No mesmo período do ano passado, a CVM havia aplicado apenas R$ 183 milhões e, em todo o ano de 2019, o montante chegou a R$ 1 bilhão. As sanções aplicadas variam de acordo com a complexidade dos casos e o número de acusados. Num dos julgamentos, em que foram analisadas fraudes em operações com Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FDICs), o total das multas aplicadas chegou a R$ 700 milhões, o que explica, em parte, o fenômeno ocorrido entre janeiro e março deste ano.