O que parece ser o maior corpo celeste já visto no nosso Sistema Solar foi descoberto pelo brasileiro Pedro Bernardinelli, que virou destaque na imprensa internacional ao anunciar o cometa C/2014 UN271.

Com origem na periferia do sistema solar, o objeto batizado de Bernardinelli-Bernstein, em homenagem ao cientista e seu orientador, pode ser o maior cometa já visto. Estima-se que ele seja mil vezes mais massivo do que um cometa normal. Os cálculos indicam que ele deve ter entre 100 e 370 km de diâmetro.

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“[Isso] o coloca em uma escala semelhante, senão maior, do que o enorme cometa de Sarabat C/1729 P1, e quase sem dúvida o maior objeto da Nuvem de Oort já descoberto – quase no território de um planeta anão,” comentou o astrônomo Sam Deen, que colabora com o projeto de monitoramento de pequenos corpos celestes da NASA.

Inicialmente acreditou-se tratar de mais um planeta anão, mas o acompanhamento mostrou que o UN271 viajou mais de 7 unidades astronômicas (ua) nos últimos seis anos, rumando Sistema Solar adentro. Hoje ele está a uma distância do Sol similar à de Urano, mas deverá chegar a apenas 10,9 ua do Sol (próximo a Saturno) em seu ponto de maior aproximação, estimado para 2031.

Ou seja, não teremos um show similar ao do histórico cometa Halley, mas os telescópios deverão ser capazes de captar imagens do tradicional formato do cometa, com sua cauda que se formará à medida que ele atinge as regiões menos frias do interior do Sistema Solar.