Veronica Oliveira foi babá, vendedora e auxiliar de enfermagem em Belo Campo, cidade de 17 mil habitantes onde nasceu e cresceu, no centro-sul da Bahia, a 580 quilômetros de Salvador. Depois de perder o emprego em um hospital, em 2009, resolveu tentar a vida nos Estados Unidos. Hoje tem restaurante, uma marca própria de tapioca e fatura US$ 1,5 milhão por ano.

Essa história de sucesso começou de um jeito pouco promissor. Funcionária de uma empresa de faxina, limpava casas durante o dia, escritórios à noite e escolas nos fins de semana. Ganhava US$ 1 mil por mês. Foi quando seu espírito empreendedor despertou. Sai da empresa de faxina para montar sua própria, com apenas uma colaboradora e oito casas para arrumar. Mas sua paixão era a cozinha. Quando reunia os amigos, servia tapioca. Até que decidiu vender o que tanto sucesso fazia. Foram 80 unidades no primeiro dia. Começava ali uma trajetória de êxito no setor de alimentação.

Em 2015, deparou-se com a oportunidade de comprar um restaurante brasileiro na cidade de Framingham, em Massachusetts. Mas suas economias não eram suficientes. Um casal que conhecia desde quando fazia faxina  a ajudou  com um empréstimo do tipo “pague quando puder”. Capitalizada, montou a BR Takeout, que hoje faz delivery e recebe encomendas de pratos típicos do Brasil. A Tapioca da Baiana é o carro-chefe. A marca própria presente em 35 estabelecimentos e é entregue nos 50 estados do país.

Parte do sucesso se deve às características do produto, que se encaixa várias tendências atuais: é vegano, livre de glúten, low carb, sem açúcar, sem conservantes e sem sódio. Hoje, Veronica tem 16 funcionários diretos e emprega 50 indiretamente. Com faturamento anual de US$ 1,5 milhão, ela também ministra mentoria para mulheres que desejam empreender e começar do zero, assim como ela. “Não é o quanto você sabe e sim o quanto você aplica e não existe sorte, a sorte é trabalhar, não desistir, errar, falhar no meio do caminho, até acertar”, disse a baiana.