Eduardo Bolsonaro tem insistido em abrir o mercado brasileiro para fabricantes de armas e munições do exterior, mas pode estar criando mais uma crise diplomática num momento em que o País não precisa de mais problemas vindos de fora. Bolsonaro tem disparado contra um suposto cartel internacional, que teria a companhia suíça Ruag como participante. Após defender a instalação da empresa no Brasil, ele acredita que possa ter havido uma divisão proposital do mercado. O motivo seria a desistência da instalação de uma fábrica da Ruag em Pernambuco pelo próprio governo suíço, que é sócio da operação. Oficialmente eles afirmam que uma fábrica no Brasil, local com alto índice de homicídios segundo o Conselho Federal da Suíça (Poder Executivo de lá), mancharia a reputação do país europeu. O deputado achou estranha essa desistência depois de a empresa gastar quase sete anos de lobby em Brasília para finalmente ter seu projeto aprovado pelo governo brasileiro.

(Nota publicada na edição 1163 da Revista Dinheiro)