Autoridades brasileiras anunciaram nesta quinta-feira(11) um acordo com o laboratório chinês Sinovac Biotech para produzir sua vacina contra o coronavírus no estado de São Paulo, onde testes com 9.000 voluntários devem começar no próximo mês.

O Brasil possui o segundo maior número de casos de coronavírus do mundo, atrás dos Estados Unidos, com mais de 770.000 infecções confirmadas e quase 40.000 mortes.

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O governador de São Paulo, João Doria, disse em entrevista coletiva que o Instituto Butantan, o principal centro de pesquisa do Brasil, chegou a um acordo de transferência de tecnologia com a Sinovac Biotech.

“Os estudos mostram que a vacina pode ser distribuída até junho de 2021”, se os testes forem conclusivos, disse Doria.

“Esse acordo nos permitiria produzir em grande escala e imunizar milhões de brasileiros”.

A Sinovac Biotech, um dos quatro laboratórios chineses autorizados a realizar ensaios clínicos de vacinas, disse há um mês que estava preparado para produzir 100 milhões de doses da vacina com nome comercial Coronavac.

Em São Paulo, 9.000 voluntários receberão doses dessa vacina a partir de meados de julho, na terceira e última fase dos testes.

Na semana passada, a Universidade Federal de São Paulo anunciou que uma vacina que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford será testada em 2.000 voluntários brasileiros a partir de meados de junho.

Doria usou a divulgação do acordo com Sinovac Biotech, que descreveu como “histórico”, para criticar o presidente Jair Bolsonaro.

“Tivemos que superar as divergências do Brasil com a China, com outros países e com organizações como a OMS”, disse ele, referindo-se às críticas à China por vários ministros de Bolsonaro.

Em março, um dos filhos do presidente acusou a “ditadura” chinesa de esconder o que sabia sobre o coronavírus, incitando Pequim a pedir desculpas.

Bolsonaro nos últimos dias também ameaçou retirar o Brasil da Organização Mundial da Saúde – como fizeram os Estados Unidos no mês passado – acusando-a de “viés ideológico”.

Em relação à controvérsia, Doria disse: “A politização da doença nunca salvou uma vida, pelo contrário”.

Desde o início da pandemia, Bolsonaro vive um conflito com os governadores por causa das medidas de quarentena que adotaram para impedir a propagação do vírus.

E continua a pressionar pela retomada das atividades econômicas, embora as infecções continuem a aumentar.