Com o afrouxamento das medidas sanitárias contra a Covid-19 pelo País e mais pessoas voltando a circular nas ruas, os casos de dengue voltaram a subir. De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado nesta segunda-feira (16), o Brasil notificou 757.068 casos de pessoas que foram diagnosticadas com dengue nas primeiras 18 semanas do ano, aumento de 151,4% na comparação com o mesmo período de 2021.

Em somente três semanas, entre o final de abril e o dia 7 de maio, os casos saltaram de 542 mil para os 757 mil do boletim do Ministério. O número de casos totais em 2021 foi de 544 mil – ou seja, 2022 já apresenta quadro mais grave e preocupante do surto.

+ Linhagem de dengue que eleva risco de casos mais graves é identificada no Brasil

Brasília é a região em que mais casos foram notificados, com 37.856 registros, seguida por Goiânia (36.003). Até agora, 265 pessoas já morreram no Brasil em 2022, sendo 99 delas em São Paulo, 28 em Santa Catarina e Goiás e 22 na Bahia. Outras 300 mortes são investigadas.

O que pode causar a dengue?

Chuvas torrenciais, que geram água parada, podem ser a explicação para o retorno da dengue no Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste. Com a água parada e a falta de cuidado da população, o mosquito vai se reproduzindo.

Por isso é importante evitar locais que acumulam água parada, como pneus, garrafas e vasos de plantas. Usar repelentes e instalar telas nas portas e janelas de casa também são medidas que podem ajudar na prevenção da doença e afastam o risco de picadas do mosquito.

Com o período de frio que deve atingir boa parte do País nesta semana, sobretudo nas regiões que viraram o foco da doença, o número de casos tende a diminuir, uma vez que o surto diminui nas estações mais frias.

Como identificar a dengue?

Não existe vacina disponível em larga escala no País e as doses estão restritas aos laboratórios particulares. O imunizante é aplicado em quem já teve a doença e apresenta anticorpos para diminuir os possíveis efeitos de reações.

“O vírus está com uma infectividade muito grande nessa temporada, com a capacidade maior de causar danos aos organismos das pessoas”, disse em nota Homero Antonio Rosa Júnior, professor do curso de Medicina da Universidade de Franca (SP).

Segundo o especialista, os sintomas mais comuns são dores de cabeça, dores atrás dos olhos, mal-estar, dores no corpo e muscular. “A dengue também causa uma febre que inicia rapidamente, podendo durar de cinco a sete dias, indisposição alimentar, diarreia, vômito, entre outros. Basicamente é um quadro que afeta especialmente, nessa temporada atual que estamos vivendo”, completou.

É preciso ficar atento aos sinais do corpo, principalmente a pressão arterial da pessoa que começa a apresentar sintomas de dengue. De acordo com o médico, os batimentos podem subir ou diminuir muito rapidamente e causar um choque na pessoa.

“Grandes hemorragias, dores fortes na barriga que não passam, vômitos sem parar, alterações de consciência, alterações neurológicas e pulmonares, assim como dores fortes no fígado, são motivos para procurar um médico rapidamente”, observou.

O ciclo de sintomas pode durar até uma semana, com o período de febre incidindo em dois ou três dias, enquanto as dores musculares e nas articulações podem levar mais dias para passar.

Como se cuidar da dengue?

Manter-se hidratado é fundamental para quem quer vencer a dengue, já que a doença leva à desidratação do corpo. Nesse sentido, sucos naturais, água de coco e água natural devem fazer parte da rotina da pessoa infectada.

Para quem não consegue se alimentar, aplicação do soro na veia pode gerar algum conforto imediato. O acompanhamento médico também é essencial, já que os exames de sangue vão indicar a relação de plaquetas e leucócitos do paciente, além de protegê-lo de complicações mais graves e que precisam ser tratadas em hospital.