O desemprego no Brasil caiu de 14,6% no trimestre julho-setembro para 14,3% em agosto-outubro, após nove aumentos e três recordes históricos sucessivos provocados pela pandemia de coronavírus – informaram fontes oficiais nesta terça-feira (29).

O índice foi um pouco melhor do que a estimativa média de 14,5% estabelecida entre 22 analistas consultados pelo jornal Valor.

Em agosto-outubro, o Brasil contava com 14,1 milhões de pessoas em busca de trabalho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 2,7 pontos percentuais no índice, que na época estava em 11,6%, e de 1,7 milhão de pessoas inscritas na lista do desemprego.

O número de “desalentados” (pessoas que deixaram de procurar trabalho por falta de oportunidade) passou de 5,9 milhões em setembro para 5,8 milhões em outubro, mas marca um aumento de 25% em relação aos 4,6 milhões que estavam nesta categoria um ano atrás.

A taxa de subutilização (pessoas que trabalham menos de 40 horas semanais pela falta de propostas) caiu de 30,3% para 29,5%, enquanto há um ano estava em 23,8%.

“A triste realidade é que 30% da força de trabalho está sem emprego, subocupada, ou desalentada”, escreveram no Valor nesta terça-feira os analistas Bruno Ottoni e Ricardo Barboza.

A pandemia de coronavírus, que já deixou mais de 191.000 mortos no Brasil, e as medidas de confinamento parcial para enfrentá-la afundaram a maior economia da América Latina, que neste ano cairá 4,4% segundo as últimas projeções do governo.

O país saiu da recessão no terceiro trimestre, impulsionado, principalmente, por um programa de auxílio emergencial que beneficiou quase 68 milhões de brasileiros. Chega ao fim em 31 de dezembro, devido às restrições orçamentárias.

As incertezas persistem, diante do aumento dos casos e das dificuldades do governo do presidente Jair Bolsonaro de aplicar seu plano de ajustes.