O governo federal informou, nesta terça-feira (14), quando a Venezuela foi declarada em moratória parcial, que tenta negociar com Caracas o pagamento de uma dívida atrasada de 262 milhões de dólares em créditos para a exportação garantidos pelo Estado.

A cota atrasada seria de setembro. “O Ministério da Fazenda, na qualidade de garantidor de operações de crédito à exportação, tem acionado os canais oficiais de comunicação do governo da Venezuela para garantir a regularização de operações em atraso”, disse por e-mail o ministério, em resposta à AFP.

O atraso da Venezuela foi registrado no âmbito no CCR (Convênio de Pagamento de Créditos Recíprocos da Aladi), um mecanismo de compensações entre bancos centrais para facilitar o comércio regional.

O CCR analisa a cada quatro meses todas as operações realizadas e logo cada banco central deve transferir ou receber fundos de seus pares, dependendo de seu saldo ser deficitário ou superavitário.

“O Banco Central brasileiro possui títulos que devem ser honrados pelo Banco Central venezuelano, sem distinção de origem”, afirmou a pasta de Henrique Meirelles.

O ministério não informou quem são os agentes financeiros envolvidos, que dispõem de um seguro para garantir com fundos públicos que vão cobrar sua dívida em caso de calote.

Até agora, nenhuma indenização foi feita pelo atraso, que foi reportado por um dos bancos que contratou o seguro e que levou o governo brasileiro a denunciar o incidente ao Clube de Paris em setembro, quando estava apenas alguns dias atrasado.

De acordo com os regulamentos dessa organização dedicada a recuperar dívidas públicas em dificuldades, na qual o Brasil entrou no ano passado, todos os membros devem informar imediatamente seus problemas para cobrar as dívidas.