Um estudo divulgado pelo MapBiomas na última quarta-feira (27) indica que o Brasil perdeu 15% de sua superfície de areia de dunas e praias entre 1985 e 2020. Segundo o UOL, a pesquisa mostra que foram perdidos 70 mil hectares, o que equivale a 96 mil campos e futebol.

César Diniz, coordenador do MapBiomas, diz que a zona costeira está sujeito a efeitos naturais e que é normal as dunas mudarem de lugar, assim como a diminuição das praias. No entanto, Diniz aponta que a redução é um sinal de alerta ao observar os dados de maneira localizada.

+ G20: Brasil vai priorizar temas como saúde, tecnologia e meio ambiente
+ Conselheiro do Conama nega que tenha debatido pauta climática com Meio Ambiente

“Ganhar ou perder não é necessariamente positivo ou negativo, mas quanto as mudanças ocorrem de forma rápida demais, o ser humano não tem como se adaptar a elas. E isso pode afetar comunidades pesqueiras, turismo e mais”, declarou Diniz ao UOL.

O estado mais afetado pelas alterações foi o Rio Grande do Sul, que teve perda líquda de praias e dunas de 26%: ganhou 7% e perdeu 33%. Diniz aponta que 14% dessa área foi convertida em plantação de pinheiros para serem comercializados.

“Foi o mau manejo desta atividade de sivicultura que criou o cenário atual”, explica Diniz, que defende uma regulamentação específica ao litoral brasileiro. “A exploração não pode ser tão nociva e agressora como se tem feito hoje, como o caso dos pinheiros no Rio Grande do Sul”.