O aplicativo Strava, a maior plataforma de monitoramento esportivo do mundo, com 96 milhões de usuários, quer dobrar o número de pessoas cadastradas e assinantes no Brasil nos próximos três anos, afirmou o CEO e um de seus fundadores, Michael Horvath, em entrevista ao Estadão/Broadcast. O País é hoje o segundo maior mercado da empresa, após ultrapassar o Reino Unido, em 2020, com 13 milhões de cadastrados, principalmente ciclistas e corredores.

Com academias fechadas por decretos municipais, a atividade física ao ar livre ou dentro de casa, conectada a novas tecnologias, cresceu rapidamente. O total de brasileiros cadastrados saltou de 6 milhões, em 2019, para os 13 milhões atuais, atrás apenas dos EUA. Além do isolamento, o avanço ganhou fôlego no Brasil com a abertura de um escritório em São Paulo, em 2018, mesmo ano em que recebeu entre seus sócios a Go4it Capital, gestora de ativos esportivos fundada por Marc Lemann, filho de Jorge Paulo Lemann.

Horvath acredita que o sucesso entre brasileiros tem relação com as características de rede social do Strava. Os usuários podem postar atividades rastreadas por GPS e incluir fotos. É possível formar grupos de corrida, criar desafios, comparar desempenho, consultar rankings. “O brasileiro é muito ativo em esportes e em mídias sociais. E, por isso, abraçou o Strava na forma de comunidade”, diz Horvath, ex-professor de economia da Universidade de Stanford.

ASSINANTES

Algumas das funcionalidades tornaram-se exclusivas para assinantes a partir de 2020. Naquele ano, o faturamento do Strava saltou para cerca de US$ 100 milhões, aumento de 71% frente ao ano anterior. Em 2021, cresceu mais 68%, o que sugere algo próximo de US$ 170 milhões. O desafio é seguir convertendo usuários em assinantes, sobretudo em mercados como o Brasil.

O executivo explica que o Strava tem buscado entender como o mercado de atividade física se organiza no Brasil. Segundo ele, as assessorias esportivas, como as existentes no Parque Ibirapuera, em São Paulo, seriam únicas no mundo. Mais do que um acompanhamento especializado, criam comunidades de corredores, ciclistas e triatletas. “O que estamos construindo para o Brasil precisa se adaptar à forma como o mercado quer usar o produto. Estamos muito focados”, afirma.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.