Os casos de covid-19 nas últimas semanas superam os registros dos primeiros seis meses da pandemia de covid-19, com Índia e Brasil, juntos, respondendo por mais da metade das infecções nos últimos sete dias, segundo afirmou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 3.

Cientista chefe do órgão multilateral, Sumya Swaminathan disse que a vacinação na Índia não será suficiente para diminuir agora os casos da doença, já que o processo de imunização demora “algum tempo” para ter efeito sobre o alastramento do vírus. Por isso, disse, medidas sanitárias seguem necessárias. Ainda há, acrescentou Swaminathan, um problema de fornecimento de vacinas, diante das poucas doses disponíveis para uso no mundo inteiro.

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Para mitigar este problema, Tedros disse que seria importante quebrar as patentes dos imunizantes para acelerar a produção. “Se não podemos usar esta ferramenta em um momento de tamanha urgência, quando poderemos?”, questionou o diretor-geral da OMS. Ele afirmou esperar que os países se convençam de que esta é a melhor forma de proceder no momento, após elogiar as iniciativas de África do Sul e Índia de apoiar a quebra das propriedades intelectuais.

Ainda sobre vacinas, a chefe do setor de vacinas da OMS, Mariângela Simão, disse que o imunizante da chinesa Sinopharm deve ter sua avaliação final concluída ainda nesta semana. Já a Sputnik V, do Instituto Gamaleya da Rússia, ainda precisa ter seu dossiê completo entregue à OMS, para que o grupo de especialistas da entidade comece a avaliar a possibilidade de expedir uma autorização de uso emergencial ao produto.