O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que “deve haver” mais do que 11 casos da variante Ômicron no Brasil, no evento de inauguração do Biobanco Covid-19 (BC19) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesta segunda-feira, 13. Queiroga também afirmou que não se deve punir países que identifiquem variantes do vírus causador da covid-19. “Vivemos espreitados por outras possíveis variantes desse vírus, como é o caso da variante Ômicron”, declarou. “Já foram identificados 11 casos aqui no Brasil e com certeza deve haver mais.” “Temos que aplaudir quem identifica essas variantes do vírus”, afirmou o chefe da pasta da Saúde sobre as nações que detectam mutações do novo coronavírus. Para ele, esses países ajudam outros a melhor se preparar para combater essas ameaças.

No entanto, conforme portaria publicada na quinta-feira, 9, o Brasil mantém bloqueios de voos e viajantes vindos da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. A variante Ômicron foi identificada pela primeira vez na África do Sul e em Botsuana.

Bloqueios são criticados pela OMS. A organização acredita que esses posicionamentos desincentivam países a relatar com prontidão descobertas relevantes sobre o vírus.

Queiroga ainda disse que o Brasil é “exemplo mundial em relação à campanha de imunização contra a covid”. “Por isso, nos últimos seis meses, tivemos uma redução expressiva do número de casos e óbitos decorrentes da covid, que resultou consequentemente numa menor pressão em nosso sistema de saúde e uma esperança de contermos o caráter pandêmico da doença.”

Biobanco

Localizado na zona norte do Rio de Janeiro, o BC19-Fiocruz atende “a necessidade de disponibilizar uma infraestrutura adequada para o armazenamento seguro, confiável, ético, legal e rastreável de amostras humanas e não-humanas (vírus) relacionadas à covid-19 e ao coronavírus Sars-Cov-2 e suas variantes de interesse para pesquisas, desenvolvimentos tecnológicos e inovação”, conforme a fundação.

O Biobanco será capaz de armazenar aproximadamente 1,5 milhão de amostras. Após a pandemia, vai passar a trabalhar com outros vírus, bactérias, fungos e protozoários.

Conforme Queiroga, o investimento de R$ 40 milhões da pasta na instalação se justifica pela necessidade de preparação para eventuais pandemias futuras. Compromisso firmado, inclusive, em reuniões do G-20.

“O Brasil recentemente firmou um compromisso no âmbito do G-20 do fortalecimento dos sistemas de saúde de acesso global e da ampliação do acesso a imunizantes e outros insumos estratégicos, para que possamos enfrentar não só essa emergência sanitária causada pelo novo coronavírus como outras que podem surgir em função de mutações desse próprio vírus ou de outros vírus que comprometam a segurança da sociedade”, explicou.

O Biobanco, disse ele, é um “compromisso sobretudo com o futuro”. “Estamos cada dia mais seguros em relação a problemas sanitários”, finalizou.