Com a intenção de melhorar sua imagem no exterior em relação ao meio ambiente, o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Fernando Simas Magalhães, anunciou neste domingo, 12, que o Brasil passou a ser signatário nas Discussões Estruturadas de Comércio e Sustentabilidade Ambiental, iniciativa da Organização Mundial do Comércio (OMC).

“O Brasil está pronto para iniciar as discussões sobre a eliminação de subsídios agrícolas prejudiciais ao meio ambiente e sobre padrões comuns de sustentabilidade para produtos agrícolas”, disse o diplomata nas redes sociais.

Um dos maiores produtores agrícolas do mundo, o Brasil terá de adotar práticas consideradas mais verdes em seu plantio.

Nos diferentes fóruns internacionais, inclusive na mais recente viagem do presidente Jair Bolsonaro aos EUA, o País tem enfatizado a sua importância para o mundo em relação ao abastecimento de alimentos em um momento de escassez de produtos e alta de preços em todo o globo.

Desde a COP 26, no ano passado, o Brasil tenta se destacar como um país não apenas de energia limpa, mas também de produção e comércio verdes.

“Participante ativo (do grupo) desde o início, o Brasil vai agora intensificar a sua contribuição para o debate sobre o papel do comércio livre, aberto e não discriminatório na promoção dos objetivos de desenvolvimento sustentável”, apontou Magalhães.

O comércio mundial sofreu um baque com a pandemia de covid-19, e os principais debates têm como foco principal uma retomada da economia verde. Isso inclui também o comércio internacional e o trânsito de navios, considerados grandes emissores de carbono.

Crise

A adesão do Brasil veio no mesmo dia em que a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, falou em “policrise” durante a abertura da 12.ª Conferência Ministerial da entidade.

Além da pandemia, ela citou a guerra na Ucrânia e as crises de alimentos e energia, prevendo um caminho difícil para acordos comerciais.