O Estado de S. Paulo divulgou nesta quinta-feira (22) que o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, teria ameaçado o Congresso ao condicionar as eleições de 2022 à obrigatoriedade do voto impresso e “auditável”. Na entrada do ministério da Defesa nesta manhã, Netto negou a informação e foi acompanhado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Segundo informações de O Globo, o parlamentar negou a suposta ameaça e disse que irá publicar uma nota sobre o tema.

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A conversa entre Braga Netto e Lira teria ocorrido no dia 8 de julho, mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro repetiu a ameaça às eleições se o voto impresso não fosse aprovado.

O vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmou que “é mentira” o conteúdo da reportagem do jornal. O Estadão relatou que, ao enviar o recado a Lira, Braga Netto estaria acompanhado de comandantes da Aeronáutica, Marinha e Exército.

O voto impresso é defendido pelo governo Bolsonaro e seus aliados – o presidente afirmou que iria divulgar provas de fraude eleitoral nas eleições de 2014, que usou urnas eletrônicas, como funciona o sistema brasileiro há anos.

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), declarou por meio de nota que, em uma democracia, militares não podem decidir se vai haver ou não eleições. “Se realmente houve o episódio, o ministro da Defesa se afasta do seu juramento militar e envereda por um golpismo que precisa ser combatido duramente pela sociedade, pelos Poderes e pelas instituições democráticas”, disse Ramos.