Em teleconferência do balanço do terceiro trimestre de 2019, o Bradesco divulgou que fechará 450 agências físicas, sendo 150 em 2019 e outras 300 no próximo ano. Com o maior fluxo de operações por meio digital, a medida foi uma das adotadas para reduzir despesas. O banco também citou a redução de 3 mil funcionários via programa de demissão voluntária (PDV), o incremento substancial de acordos trabalhistas para diminuir despesas futuras e a antecipação da negociação com grandes fornecedores com melhores condições contratuais. Segundo o balanço reportado, o lucro líquido recorrente ficou em R$ 6,542 bilhões no terceiro trimestre, alta de 9,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O retorno sobre o patrimônio líquido ficou em 20,5%. Samuel Torres, analista da Capital Research, destacou que o Next, banco digital do Bradesco, continuou crescendo e a projeção é de 2 milhões de clientes no final do ano.

 

Touro x Urso

No mercado internacional, o dirigente do FED John Williams disse que a política monetária está bem posicionada e os dados de produtividade recentemente anunciados não preocupam. Para Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais, Williams falava da produtividade da mão de obra anualizada para o terceiro trimestre que encolheu 0,3%, e esse sempre foi um indicador importante da eficiência americana.

 

Bancos

Receita do BTG Pactual evolui 74% no trimestre

O Banco BTG Pactual reportou na última terça-feira 5, que sua receita total alcançou R$ 2,183 bilhões no trimestre encerrado em setembro, alta de 74% em relação a igual período do ano passado, mas praticamente estável em comparação ao valor informado no segundo trimestre de 2019. O lucro líquido ajustado atingiu R$ 1,073 bilhão, aumento de 56,6% frente ao resultado em igual trimestre de 2018.

 

Seguros

Lucro da BB Seguridade cresce 21,3%

O lucro líquido da BB Seguridade teve crescimento de 21,3% no terceiro trimestre de 2019 na comparação com igual intervalo do ano anterior. Em balanço divulgado no último dia 4 de novembro, a companhia destacou o desempenho operacional não juros – sem qualquer relação com a rentabilidade de reservas financeiras. Entre os itens reportados, a empresa citou a evolução de 14,6% dos prêmios da Brasilseg (ex-DPVAT), com destaque para seguros prestamista (+40,9%) e rural (+15,1%). O saldo de reservas da previdência (PGBL/PGBL) teve expansão de 14,1%, para R$ 271,7 bilhões, e a arrecadação com títulos de capitalização subiu 8,5%.

 

Destaque no pregão

Itaú zera taxa de custódia para clientes Uniclass

Em comunicado aos clientes de varejo Uniclass, o Itaú Unibanco informou que zerou a taxa de custódia para produtos de renda variável. Desde o último dia 5 de novembro, o investidor pessoa física pode aplicar em ações, fundos imobiliários, opções e ETFs sem a taxa de custódia da B3. E em fundos imobiliários, a instituição também zerou a taxa de corretagem para quem opera pelos canais digitais do banco. O comunicado aos clientes da categoria Uniclass foi divulgado logo em sequência do balanço do terceiro trimestre de 2019. O Banco Itaú mostrou lucro recorrente no terceiro trimestre de
R$ 7,16 bilhões (+10,9%) e rentabilidade sobre o patrimônio líquido mantido em 22,5%. O volume de empréstimos cresceu 8,3%. Segundo o balanço, a margem financeira com clientes subiu 7,5% principalmente em virtude do crescimento das carteiras de crédito de pessoas físicas e de micro, pequenas e médias empresas.

Palavra do analista:
“Os papéis estiveram entre as valorizações mais elevadas do pregão. O bom desempenho deve-se à divulgação de resultados notadamente positivos. Boa parte deste impulso deve-se à ampliação do crédito às pequenas e médias empresas, assim como uma retomada mais forte de grandes empresas”, diz a Guide Investimentos, em relatório.

 

Veículos

Seguro Auto recua na Porto

O segmento de seguro Auto recuou 1% na Porto Seguro no trimestre encerrado em setembro de 2019 na comparação com igual intervalo de 2018. Mas, ao mesmo tempo, o lucro líquido da Porto Seguro cresceu pelo sétimo período consecutivo e atingiu R$ 335 milhões, decorrente principalmente ao retorno sobre as aplicações. No comparativo com o terceiro trimestre de 2018, o crescimento de 3% foi impulsionado pelos seguros de saúde (+12%), patrimoniais (+9%), vida (+28%) e riscos financeiros (20%).

 

 

Mercado em números

SPIN PAY
30 – É o número de clientes da Spin Pay em sua estreia no mercado de pagamentos instantâneos neste final de ano. Nessa primeira fase da operação, os consumidores precisam ter uma e-wallet nas fintechs PicPay ou Atar Pay. A ferramenta já está disponível para players do varejo, como Cobasi, Época Cosméticos, Shop2gether, TNG, Aiqfome e Grendene.

GERU
R$ 24 bilhões – É o volume de pedidos de empréstimos recebidos pela fintech Geru desde sua criação. A empresa atua com valores de R$ 2 mil a R$ 50 mil

MUTUAL
R$ 20 milhões – É o montante de empréstimos que a fintech Mutual pretende atingir até o final desse ano em sua plataforma. A empresa prevê faturar R$ 2 milhões em 2019.

 

Número da semana

7%

É o crescimento do volume de transações de fusões e aquisições no Brasil de janeiro a outubro de 2019, segundo o relatório Transactional Track Record (TTR), em parceria com a LexisNexis e o escritório TozziniFreire Advogados. Ao todo desde o início do ano foram realizadas 1.081 transações, sendo 107 delas registradas no último mês de outubro. O valor total movimentado foi de R$ 169,6 bilhões ao longo do exercício, o que representa alta de 3% sobre o mesmo período de 2018. De acordo com o levantamento, o setor de tecnologia segue como o mais atrativo para investidores, com 282 operações de M&A entre janeiro a outubro, 32% acima do contabilizado em igual intervalo do ano anterior. O setor financeiro e de seguros apareceu na segunda posição (com 161 transações, aumento de 12%), seguido pelo setor imobiliário (107 negócios realizados e crescimento 55% em idêntica comparação). As aquisições de empresas brasileiras por estrangeiros somaram 245 operações em dez meses, totalizando R$ 82,8 bilhões em investimentos no País.

 

 

Entenda o risco

Ação da Petrobras é ativo para longo prazo?

Preferência por energia limpa afeta perspectivas

Na última quarta-feira 6, a Petrobras arrematou em leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) dois campos do pré-sal – Búzios e Itapu – por R$ 68,194 bilhões, sendo que o maior deles, em parceria com as empresas chinesas CNOOC e CNODC. Mas houve baixa procura de multinacionais estrangeiras por outros campos no leilão. Para Silvio Paixão, professor da Faculdade Fipecafi, no horizonte de longo prazo, o petróleo perderá espaço para o mercado de energia limpa e renovável. “A população mundial deve crescer 21,5% até 2040 para 9 bilhões de pessoas, e a demanda por energia crescerá na mesma proporção e até um pouco mais, 30%. Sem dúvida, a busca por petróleo vai aumentar, mas cada vez mais, a energia limpa e renovável vai ganhar espaço”, afirma.

Na visão dele, nos próximos dez anos, o preço internacional do petróleo ficará relativamente estável, ou seja, sem aumentar muito, mesmo com essa demanda por energia crescente. Mas num horizonte mais longo, devido ao aquecimento global, Paixão acredita que o preço do barril deverá cair, pois o produto só será utilizado como insumo indispensável da indústria química de derivados, ou seja, para fins mais nobres. Na avaliação de Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, o risco da ação da Petrobras é muito influenciado pelo sobe e desce do preço do petróleo. “A estatal está fazendo sua parte, vendendo ativos, diminuindo custos de produção, reduzindo o endividamento e quer acelerar ao máximo a exploração do pré-sal e fornecer gás à indústria local”, diz.