O Bradesco anunciou nesta terça-feira, 19, um novo programa de alívio financeiro para apoiar empresas e pessoas físicas em meio à crise com potencial de R$ 50 bilhões. O volume se soma a outros R$ 40 bilhões que o banco já repactuou em empréstimos desde o início da pandemia do novo coronavírus no Brasil, de acordo com o diretor de empréstimos e financiamento da instituição, Leandro Diniz.

O programa do Bradesco vai atacar quatro frentes: prorrogação das parcelas, crédito novo, alongamento de prazo e reorganização financeira. Assim, a carência ofertada a pessoas físicas e jurídicas na crise, antes de 60 dias, foi ampliada para 120 dias.

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Para créditos novos, o Bradesco está oferecendo 90 dias de carência e sete anos de prazo. Já no alongamento de dívidas existentes e reorganização financeira, o limite é de até seis anos.

“Gradativamente, estamos olhando dia a dia e evoluindo muito na necessidade do cliente. A indústria (bancária) está sendo muito proativa neste momento, que é diferente”, avaliou Diniz, em teleconferência com a imprensa, realizada nesta terça.

Segundo ele, a proporção de crédito que os bancos fizeram nos últimos 45 dias não foi vista no setor nos “últimos anos”. Somente o Bradesco, conforme Diniz, tem mais de R$ 100 bilhões em linhas pré-aprovadas para apoiar pessoas físicas e jurídicas na crise.

O Bradesco também está se antecipando à remodelagem da linha que financia folhas de pagamentos com recursos do Tesouro. O banco disponibilizou R$ 2,4 bilhões para emprestar para empresas com faturamento anual abaixo de R$ 360 mil e acima de R$ 10 milhões, grupo de empresas que ficou de fora da ajuda.

O crédito, porém, é ofertado com capital próprio e o banco está debruçado naquelas que já são clientes, mas ainda não processam sua folha de pagamentos com a instituição. O custo, entretanto, é maior. Enquanto o programa do governo tem juros a partir de 0,31% ao mês, na linha com recursos do Bradesco, começam em 0,65% ao mês.

O banco já emprestou cerca de R$ 430 milhões para a linha que financia salários em um total de 20 mil empresas atendidas, conforme Diniz. “Estamos aguardando as mudanças por parte do Governo. Enquanto isso, nos antecipamos para apoiar empresas clientes, mas que ainda não processam a folha conosco”, explicou.

Lançada em meio à crise, a linha de crédito que financia salários está sendo remodelada pelo governo. Com orçamento de R$ 40 bilhões, sendo 85% dos recursos vindos do Tesouro Nacional, o programa teve baixa adesão e, por isso, está sendo revisado para abarcar mais empresas e de faturamento maior, podendo chega a R$ 50 milhões por ano.