Após um pregão de instabilidade, a Bovespa definiu tendência na última hora de negociação e fechou nesta quinta-feira, 9, com ganho de 0,20%, aos 64.964,88 pontos. Foi a terceira alta consecutiva da bolsa brasileira, onde os negócios totalizaram R$ 6,9 bilhões. Os Investidores dividiram as atenções entre balanços corporativos, cenário internacional mais favorável e um ambiente político doméstico adverso.

Embora reafirmem tendência positiva para a bolsa, profissionais da renda variável admitem a instalação de um ambiente de indefinição no curto prazo, que inibe a tomada de posições dos investidores. O clima de incertezas foi alimentado pelo noticiário doméstico, notadamente negativo para os aliados do governo que ocupam postos estratégicos. Causou especial desconforto a continuidade da batalha jurídica em torno da nomeação de Moreira Franco, citado em delações premiadas, como ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência.

O aumento da percepção de risco político pode ser visto mais claramente nas ações de empresas de controle estatal. Foi o caso dos papéis da Petrobras, que fecharam em queda de 0,87% (ON) e de 0,33% (PN), apesar da significativa valorização do petróleo no mercado internacional. No mesmo sentido, os papéis do Banco do Brasil caíram 0,33%.

Apesar da maior cautela com o cenário político, o bom desempenho das bolsas internacionais e a perspectiva positiva quanto ao afrouxamento monetário no Brasil continuaram a incentivar ordens de compra no Brasil. A alta de 0,5% do minério de ferro impulsionou as ações da Vale, que ganharam 1,60% (ON) e 0,34% (PNA). Itaú Unibanco PN subiu 0,45%, num desempenho ainda atribuído a resultados positivos no balanço divulgado na terça-feira.

Com o resultado de hoje, o Ibovespa passa a contabilizar alta de 0,46% em fevereiro, levando o acumulado do ano a um ganho de 7,87%. O balanço dos investimentos estrangeiros na Bovespa mostra equilíbrio. Na última terça-feira, 7, houve ingresso líquido de R$ 146,180 milhões, o que reduziu o saldo negativo do mês para R$ 46,08 milhões. No ano, há ingressos líquidos de R$ 6,198 bilhões.