Um ano e meio atrás, quando o presidente Lula preparava o lançamento do programa Fome Zero, o País foi apresentado ao Mapa da Fome e descobriu rincões paupérrimos como Guaribas e São Raimundo Nonato, que se tornariam capitais da cesta básica. No extremo oposto da pirâmide social, o BankBoston vem construindo uma estratégia de busca e aproveitamento de bolsões de riqueza em áreas majoritariamente pobres. Bem posicionado nos bairros
nobres das principais cidades do Sudeste e do Sul, o banco está partindo para
praças menos óbvias. Maceió e Vitória receberão agências do Boston no segundo semestre. A primeira é uma cidade carente mesmo pelos parâmetros nordestinos, mas com uma elite pujante e numerosa o bastante para atrair um banco cujo
cliente médio tem renda mensal acima de R$ 8 mil. O mesmo vale para os ca-
pixabas que se beneficiam da riqueza gerada pelo movimento no Porto de Vitória.
?Há um público de alta renda nestas cidades, e o banco precisa estar por perto
para atender esses clientes potenciais?, acredita Alex Zornic, vice-presidente de Finanças do BankBoston. A instituição estuda ainda a abertura de agências
em mais duas cidades do Norte e Nordeste.

Com abordagem semelhante, mas olhando para pessoas jurídicas, o banco vem ampliando rapidamente a rede de escritórios do Boston Business, voltada para o atendimento de empresas de médio porte, com faturamento na casa dos R$ 10 milhões. Detalhe: não é na Avenida Paulista que se atende este público. Os últimos escritórios do Boston Business foram abertos em regiões modestas, como Diadema, na Grande São Paulo, ou a Vila Maria, na Zona Norte da cidade. Cidades do interior paulista, como Sorocaba e Piracicaba, além da gaúcha Caxias do Sul, já têm escri-
tórios desse tipo, e inaugurações estão previstas para junho na Praça da República (São Paulo) e em Londrina (PR). Ao todo, 15 novas ?agências de andar? (sem caixas ou guichês para pagamentos), serão abertas neste ano e outras 10 em 2005.