Ainda não se encontrou um meio
de evitar catástrofes como a do furacão Isabel, que matou 12 pessoas e deixou milhões sem energia na semana passada nos EUA. Mas o mercado financeiro criou uma maneira de prevenir as perdas econômicas. Companhias de seguros e resseguros apelam cada vez mais para um produto financeiro próprio para lidar com tufões, enchentes, terremotos e outros desastres naturais. Chama-se bônus catástrofe e oferece ganhos e riscos dignos de seu nome. Em cinco anos, já foram emitidos 46 papéis desse tipo, no valor de US$ 6 bilhões.

Os bônus catástrofe são uma operação financeira feita por seguradoras e companhias de resseguros. Primeiro elas vendem o seguro para quem quer se proteger dos prejuízos das tragédias. Depois as seguradoras revendem o produto para investidores do mercado financeiro. Se nada ocorrer, a seguradora paga taxas de juros aos investidores que compraram o bônus. Caso haja um desastre, a seguradora paga a indenização ao seu cliente original e deixa de pagar os juros ou o valor principal aos investidores que compraram o bônus. ?As seguradoras precisam dividir o risco com o mercado?, diz Jorge Caminha, diretor-presidente da Gay Carpenter, uma das maiores corretora de resseguros do mundo.

Fora do ramo de seguros, as duas empresas que emitiram bônus
até o momento foram a Oriental Land, conhecida como a Disney
do Japão, e a Universal Studios, na Califórnia. Agora, a Fifa anunciou que pretende lançar um bônus catástrofe para a Copa de 2006
numa tentativa de evitar gastos extraordinários com seguros, como ocorreu na Copa de 2002. Na época, a federação havia pago grande parte dos prêmios pelo seguro de US$ 852 milhões, quando a seguradora AXA exigiu um reajuste de preços devido aos atentados de 11 de setembro. No Brasil, o produto ainda não existe ? mas pode ser criado. ?Até poderia existir para acidentes como queda de aviões e enchentes?, diz Caminha.